sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Empreendedorismo rural: Banco do Povo concede mais de R$ 21 milhões em crédito para negócios do campo

 

No Estado de São Paulo, há mais de 180 mil homens e mulheres à frente da gestão de estabelecimentos rurais, segundo o último Censo Agropecuário divulgado, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para impulsionar empreendedores da área, o Banco do Povo Paulista (BPP), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado de São Paulo, oferece financiamento por meio de microcrédito produtivo com condições facilitadas, com juros baixos, visando apoiar a criação e o crescimento de negócios, além de impulsionar o desenvolvimento de diversos setores no estado, como a agricultura, pecuária, turismo rural, agroindústria, entre outros.


“Os recursos podem ser utilizados tanto para capital de giro quanto para investimentos fixos ou mistos, como na aquisição de matérias-primas e equipamentos", explica Marcos Wolff, coordenador de políticas de empreendedorismo da SDE.


De janeiro a outubro de 2024, o Banco do Povo Paulista desembolsou R$ 9,2 milhões em 544 operações no Estado de São Paulo, aos produtores rurais. Somente em outubro de 2024, foram desembolsados R$ 978 mil, distribuídos em 58 operações. No acumulado de janeiro de 2023 a outubro de 2024, o total de recursos liberados alcançou R$ 21,5 milhões com 1.244 operações realizadas. As áreas atendidas incluem comércio, indústria e serviços, em atividades como criação de bovinos para leite, horticultura e pesca de peixes em água doce, entre outras.

Roseli Alves Cordeiro, 50 anos, é um exemplo de reinvenção dentro do empreendedorismo rural. Antes motorista de caminhão de carga pesada, passou a se dedicar ao agroturismo e à agricultura em Juquiá, no sul do estado, após enfrentar um infarto e um câncer. Com o objetivo de aprimorar a gastronomia do rancho que possui com o marido, ela fez um empréstimo com o Banco do Povo e construiu e equipou uma cozinha, na qual prepara pratos típicos com produtos do rancho e de produtores locais.


Roseli diz que o empréstimo a ajudou na realização de um sonho. “Antes, cozinhava ao ar livre, o que tornava o trabalho difícil e demorado. Porém, com o empréstimo do BPP, consegui montar uma cozinha bem equipada e organizada dentro do rancho. Agora, preparar as refeições se tornou confortável. A estrutura, os equipamentos e a mobília facilitaram o processo de cozinhar e também melhoraram a experiência dos clientes, que desfrutam de um ambiente aconchegante”, diz a empreendedora.


Além do restaurante, a empreendedora oferece atividades turísticas no local, com passeios a cavalo e experiências imersivas na vida no campo. Depois de fazer uma trilha, os visitantes podem aproveitar os pratos típicos, como a moqueca de palmito, o purê de inhame e outras delícias do cardápio do rancho. “Alegra-me ver o reconhecimento das comidas, saber que são feitas com produtos da região, com a participação dos agricultores locais. Consigo mostrar um pouco do trabalho deles e vejo o sabor da nossa terra sendo apreciado”, afirma.


Câmara aprova projeto de renegociação de dívidas de produtores rurais atingidos por enchente no RS

 

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que concede desconto aos produtores rurais para quitarem ou renegociarem dívidas se tiverem sofrido perdas em decorrência das enchentes de abril e maio deste ano no Rio Grande do Sul. Serão contemplados aqueles que perderam 30% ou mais da renda em atividades agropecuárias. A proposta segue para o Senado.

 

A medida consta do Projeto de Lei 4448/24, dos deputados José Guimarães (PT-CE) e Bohn Gass (PT-RS), que foi aprovado nesta terça-feira (26) com um substitutivo do relator, deputado Zucco (PL-RS). O projeto também incorpora a Medida Provisória 1247/24, cuja vigência se encerra nesta quarta-feira (27).

 

O texto do relator prevê a concessão do desconto mesmo sem validação das perdas declaradas caso sua análise não seja feita pelo órgão competente até 31 de dezembro de 2024.

 

Zucco afirmou que os eventos climáticos no Rio Grande do Sul impuseram severos desafios ao setor agropecuário, que é um setor "fundamental para a economia estadual e para o equilíbrio econômico nacional". "O projeto responde a essa crise com intervenções bem delineadas e abrangentes, que integram ações de recuperação e de adaptação frente à instabilidade climática", disse.

 

Segundo Zucco, os prejuízos no setor agropecuário foram de R$ 3,1 bilhões, com impactos diretos sobre cultivos estratégicos como arroz, soja e trigo, além de danos graves à infraestrutura produtiva e à pecuária.

 

Já o deputado Bohn Gass lembrou que as duas MPs incorporadas ao projeto (além da MP 1247, também a MP 1272/24) poderiam perder a validade e, em consequência, os recursos não chegariam aos agricultores gaúchos. "Se as MPs caducarem, os agricultores perderiam essa oportunidade", disse.

Segundo o texto aprovado, os pedidos de desconto deverão ser decididos pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS). Uma comissão especial de análise poderá atuar em seu lugar quando o município não tiver esse conselho ou o conselho não tiver informado o resultado da análise dos pedidos de desconto encaminhados pelos bancos após apresentação pelo interessado.

 

Essa comissão será composta por representantes dos ministérios da Agricultura e Pecuária, da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, que a presidirá.

 

Bohn Gass explicou que a análise das subvenções é feita de forma participativa com os conselhos municipais.

 

Descontos

O tema já foi regulamentado pelo Decreto 12.138/24, no qual estão fixados os valores máximos de desconto e outros detalhes para o acesso do agricultor.

Os maiores descontos serão decididos pela comissão especial de análise, que cuidará dos pedidos de desconto em operações individuais, grupais ou coletivas contratadas para custeio, industrialização ou investimento se as perdas tiverem sido iguais ou superior a 60% devido a deslizamento de terras ou destruição pela força das águas na inundação.

 

O colegiado analisará ainda pedidos de cooperativas de produção agropecuária nessas três modalidades de crédito se a perda tiver sido igual ou maior que 30%.

Se aprovado pela comissão de análise, os descontos, por mutuário, serão de até R$ 10 mil para os cooperados e de até R$ 120 mil para os demais, como definido no decreto.

 

No entanto, a comissão pode decidir por descontos menores e haverá um limite de desconto de até 50% das parcelas no caso dos cooperados. Após a definição do desconto, o resíduo de empréstimos para custeio e industrialização poderá ser renegociado para pagamento em até quatro anos, com vencimento da primeira parcela no próximo ano, mantidos os descontos e bônus previstos no contrato original.

 

Operações para investimento contarão com prazo prorrogado para até 12 meses após a data prevista para o vencimento dos contratos, mantidas também as condições originais.

 

Excepcionalmente, o desconto concedido em 2024 pela comissão poderá abranger as parcelas de crédito de investimento com vencimento em 2025, mas dentro dos limites máximos por mutuário.

 

Outros valores diferenciados de desconto poderão ser concedidos por um conselho municipal conforme o tipo de crédito obtido, mas todos os beneficiados devem seguir requisitos de enquadramento definidos:

 

1. Para custeio:

  • produtores rurais em geral ou aqueles contratantes junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e ao Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp);
  • parcelas com vencimento de 1º de maio a 31 de dezembro de 2024, desde que a operação tenha sido contratada até 15 de abril de 2024 e com liberação de recursos ao mutuário, total ou parcial, anterior a 1º de maio de 2024; e
  • empreendimento financiado localizado nos municípios do Rio Grande do Sul com estado de calamidade pública ou situação de emergência reconhecidos pelo governo federal até 30 de agosto de 2024.

 

2. Para investimento

  • produtores rurais em geral ou contratantes junto ao Pronaf e ao Pronamp;
  • com vencimento de 1º de maio a 31 de dezembro de 2024;
  • empreendimento financiado localizado nos municípios do Rio Grande do Sul com estado de calamidade pública ou situação de emergência reconhecidos pelo governo federal até 30 de agosto de 2024.

 

3. Para industrialização

  • somente para liquidação ou renegociação de operações contratadas no âmbito do Pronaf com a comprovação de perdas materiais.

 

Conselho municipal


A maior parte dos casos de pedido de desconto deverá ser decidida pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) ou órgão congênere.


Quando se tratar de empréstimos para custeio, se o mutuário apresentar apenas uma declaração pessoal de perdas da renda na atividade financiada de 30% ou mais, o desconto será de 30% sobre a parcela se houver a liquidação, limitado a R$ 20 mil no total.


Na opção por renegociar, o desconto será de 24% sobre as parcelas, limitado a R$ 16 mil no total.


Entretanto, se além da declaração pessoal o interessado apresentar laudo técnico, o conselho municipal poderá aprovar desconto de até 50% das parcelas na quitação ou R$ 25 mil, o que for menor.

Para renegociar, o desconto será de 40% das parcelas ou R$ 20 mil, o que for menor.


Esses descontos (só declaração ou declaração com laudo) não são cumulativos e serão concedidos, no contrato grupal ou coletivo, apenas ao produtor rural que tenha tido perdas e atenda às condições.

Com o decurso de prazo por falta de análise do pedido e do laudo, o desconto poderá atingir o máximo pedido pelo produtor dentro dos limites fixados.


Investimento


Nos empréstimos para investimento, o conselho municipal também avaliará da mesma forma, com valores diferentes. Assim, na apresentação apenas de declaração, o desconto para quitação será de 30% das parcelas, limitado a R$ 5 mil; se for para renegociar, o desconto será de 24% das parcelas, limitado a R$ 4 mil por mutuário.

Quando apresentados a declaração e o laudo técnico, o conselho poderá conceder desconto equivalente ao percentual de perdas da atividade ou bem financiados, limitado a 50% da parcela a ser quitada ou R$ 15 mil, o que for menor.


Em renegociações, vale a mesma lógica, mas os parâmetros são 40% ou R$ 12 mil, o que for menor.


Sem inadimplência


Para todos os casos, o mutuário deverá estar em dia com as parcelas antes de 1º de maio de 2024 para ter acesso aos descontos nas parcelas seguintes. As parcelas em atraso não contarão com desconto.

Essa regra consta do decreto, mas com a aprovação do projeto, deverá haver uma adequação, porque o PL 4448/24 permite aos bancos a renegociação de dívidas com mutuários que tenham restrição de crédito (cadastro negativo).

No entanto, isso valerá apenas para contratações no âmbito do Pronaf dos grupos A, A/C e B, em operações realizadas com risco integral do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) ou do Tesouro Nacional.


Exclusões


O projeto exclui determinadas operações, como aquelas liquidadas antes da data de publicação da Medida Provisória 1247/24 (31/07/24), aquelas com cobertura de seguro ou do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e aquelas conduzidas fora das condições estabelecidas pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).


Penalidades


Já os mutuários que omitirem ou prestarem informações falsas estarão sujeitos à devolução dos valores de desconto recebidos e à responsabilização cível, administrativa e penal.

Custos


Os custos resultantes da concessão do desconto e da renegociação das operações equalizadas serão assumidos pela União dentro do limite das disponibilidades orçamentárias e financeiras específicas para essa finalidade.


Fundo Social


O texto aprovado também aumenta em R$ 500 milhões os recursos do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI) para cobrir operações inadimplentes contratadas por meio do Peac-FGI Crédito Solidário RS.

Esse programa foi criado para socorrer empresas atingidas pelas enchentes no estado por meio de créditos subsidiados, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com R$ 20 bilhões de recursos do Fundo Social, segundo aprovado pelo Projeto de Lei 3117/24.

O Fundo Social foi criado em 2010 para receber recursos de royalties e participações especiais pela exploração de petróleo, bônus de assinatura arrecadados nos leilões e receitas da comercialização do óleo e gás da União nos contratos de partilha, além dos resultados de suas aplicações financeiras.


Reforma agrária


Para assentados da reforma agrária, o deputado Zucco acrescentou dispositivo autorizando o uso de saldos financeiros de créditos que foram direcionados à instalação na terra (construção de habitação, apoio, etc.).

Esse saldo e sua rentabilidade poderão ser utilizados para beneficiar a população afetada por situações de emergência climática, e o empréstimo será precedido de contrato celebrado entre o Incra e a instituição financeira com o objetivo de atender exclusivamente às modalidades de crédito originais previstas na Lei 13.001/14.


Previsão legal


O projeto permite ainda ao governo ressarcir os bancos por descontos concedidos em empréstimos aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, preenchendo lacuna na legislação que não permitiu o repasse no tempo certo.


Em razão da perda de vigência da Medida Provisória 1216/24, por 17 dias os bancos continuaram a conceder empréstimos com descontos previstos na MP mesmo sem amparo legal. Esse intervalo ocorreu entre a perda da vigência e a publicação da Lei 14.981/24, que retomou a permissão de concessão de desconto nos empréstimos bancados pelo governo.


A MP destinou R$ 2 bilhões para desconto em empréstimos de micro e pequenas empresas e produtores rurais a serem tomados por empreendedores afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.


FGO


Em relação ao aporte de até R$ 600 milhões ao Fundo Garantidor de Operações (FGO), o projeto concede prazo maior, até 29 de novembro de 2024, para o Ministério da Fazenda fazer o repasse. O dinheiro garante empréstimos do Pronaf e do Pronamp.


Preços mínimos


Da Medida Provisória 1272/24, o Projeto de Lei 4448/24 incorporou outros pontos, como o uso da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) para produtos extrativistas para beneficiar agricultores familiares, extrativistas e povos e comunidades tradicionais. Essa política busca garantir uma rentabilidade mínima e beneficia principalmente a região amazônica em razão da estiagem.


Demora na ajuda


O deputado Afonso Hamm (PP-RS) lembrou que, com o fim do calendário agrícola, o prazo para plantar novas culturas está terminando. "Este socorro está chegando um pouco tarde, mas ainda há tempo para salvar o plantio desta safra e dar dignidade aos agricultores gaúchos."

Segundo o deputado Bibo Nunes (PL-RS), 1º vice-líder do PL, o apoio aos agricultores gaúchos está chegando tarde. "Nós passamos por omissos", disse.

Ele defendeu a aprovação da PEC 44/23, que reserva 5% dos valores de emendas individuais de parlamentares e de emendas de bancada para essa finalidade, para auxiliar a transferência. A PEC já passou pela Câmara e está em análise no Senado.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

A atuação global do The Good Food Institute e a relevância no mercado brasileiro

 



O The Good Food Institute (GFI) tem se consolidado como uma das principais organizações dedicadas à promoção de proteínas alternativas e à construção de sistemas alimentares mais sustentáveis. Com um foco global, a organização é conhecida por fomentar inovações em pesquisa, políticas públicas e desenvolvimento tecnológico no setor. A parceria e colaboração do GFI com o evento New Meat Brazil 2025 da TrioXP - Feiras e Eventos, que acontecerá em março, trará ao Brasil essa experiência internacional, conectando o país às mais avançadas discussões sobre o futuro da alimentação.

Atuação em eventos internacionais: um impulso para o Brasil

Em eventos como a COP28 e a conferência SB60 em Bonn na Alemanha, o GFI tem sido um defensor ativo da inclusão de sistemas alimentares sustentáveis nas metas climáticas globais. Na SB60, por exemplo, destacou a necessidade urgente de mais financiamento para desenvolver proteínas alternativas, especialmente em países do Sul Global, como o Brasil. Essa abordagem tem impulsionado discussões sobre como sistemas alimentares inovadores podem mitigar as mudanças climáticas, uma questão crucial para o futuro do Brasil.


A participação do GFI na COP28 reforçou essa pauta, ao pressionar por compromissos climáticos que incluam transformações no setor de alimentos. Com essa trajetória internacional, a organização tem sido uma referência importante no avanço de políticas que promovem uma agricultura mais sustentável, algo que será amplamente debatido no New Meat Brazil.


Contribuição para o mercado brasileiro

A presença do GFI no Brasil traz grande potencial para fortalecer o país como líder em proteínas alternativas. Iniciativas como o Programa Biomas, do GFI Brasil, que visa o desenvolvimento de ingredientes a partir de espécies nativas da Amazônia e do Cerrado, mostram como a inovação local pode transformar o país em um protagonista global do setor. Além de promover a economia e gerar novas oportunidades de negócios, o Brasil tem a chance de contribuir significativamente para a redução do impacto ambiental da produção de alimentos.


A expertise do GFI em temas de pesquisa e desenvolvimento aplicados a proteínas plant-based, cultivadas e fermentadas será essencial para o evento de 2025. A New Meat Brazil contará com discussões de alto padrão e oportunidades de networking com especialistas e empresas nacionais e internacionais, abrindo caminho para novos investimentos e parcerias que podem transformar o mercado nacional.


Expectativas para o New Meat Brazil 2025

Com a experiência acumulada em eventos internacionais, o GFI está bem posicionado para colaborar com o New Meat Brazil 2025, fortalecendo o debate sobre o futuro das proteínas alternativas no Brasil. O evento será uma vitrine das mais recentes inovações e trará ao país um olhar global sobre as possibilidades de crescimento do setor. A participação do GFI, com suas iniciativas locais e visão estratégica, deverá impulsionar o desenvolvimento de cadeias produtivas mais sustentáveis, contribuindo para a transformação da alimentação e a promoção de uma economia verde.


A expectativa é que, com o apoio do GFI, o New Meat Brazil 2025 ajude a consolidar o Brasil como um hub de inovação, atraindo atenção internacional e posicionando o país na vanguarda da transição para uma alimentação mais sustentável.

 

SERVIÇO NEW MEAT BRAZIL:

QUANDO

14 e 15 de março de 2025

ONDE

Centro de Convenções Frei Caneca - 6º andar, São Paulo

HORÁRIO

das 10h00 às 18h00

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Centro busca melhorar qualidade de vida no Marajó com tecnologias digitais para as cadeias do açaí e do mel

Agroextrativista em Breves, Maciel Toledo segura cacho de açaí: instalação de Distrito Agrotecnológico promete levar agricultura digital a pequenos produtores na Ilha do Marajó (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)


Agência FAPESP* –André Julião, de Breves (PA) | Agência FAPESP* – Com 21 anos, William Batista é um entusiasta das tecnologias digitais. Apesar da internet lenta disponível na comunidade onde vive, Jupatituba, no município de Breves (PA), na Ilha do Marajó, ele usa o celular para postar vídeos e estudar para o curso de magistério.


O futuro professor, no entanto, quer ir além. Espera usar tecnologia para cuidar das terras da família, onde maneja o açaí. “Com um drone poderíamos fazer um mapeamento e identificar as áreas mais adequadas para o plantio, sem ter de necessariamente ir até o local, que muitas vezes é de difícil acesso”, conta Batista.


A demanda foi uma das muitas ouvidas pelos pesquisadores do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (Semear Digital) durante visita à comunidade em outubro de 2024, acompanhada pela Agência FAPESP.



 



Sediado na Embrapa Agricultura Digital, em Campinas, o Semear Digital é um dos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) apoiados pela FAPESP. Seu objetivo é levar conectividade, capacitação e desenvolvimento de tecnologias de agricultura digital para pequenos e médios produtores das cinco regiões do país, por meio de dez Distritos Agrotecnológicos (DATs) (leia mais em: agencia.fapesp.br/41128 e agencia.fapesp.br/50214).


“Esse DAT foi selecionado a partir de uma metodologia onde avaliamos indicadores econômicos, ambientais e sociais entre os mais de 5 mil municípios do Brasil. Breves foi aquele que apresentou mais desafios na Amazônia, tanto do ponto de vista da conectividade quanto do próprio bioma”, explica Silvia Massruhá, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e coordenadora do Semear Digital.


O projeto tem ainda como instituições associadas o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), o Instituto Agronômico (IAC), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA).


O DAT de Breves terá como foco a cadeia produtiva do açaí e o manejo de abelhas nativas. Atualmente, a Embrapa Amazônia Oriental, com sede em Belém, realiza atividades afins neste e em outros municípios da Ilha do Marajó. Por isso, a unidade da empresa será o ponto focal do projeto na localidade.



Frutos de açaí vendidos em feira livre em Belém, de onde vão para beneficiamento (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)


Massruhá conta que, durante as atividades junto aos produtores, os pesquisadores perceberam que as pessoas levavam o celular para o campo, mesmo que este não tivesse propriamente uma função na atividade. Foi aí que viram o potencial para desenvolver aplicações que pudessem apoiar, por exemplo, o manejo de mínimo impacto de açaizais nativos, uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa.


Neste caso, o aplicativo criado foi o Manejatech Açaí, por meio do qual é possível fazer o inventário dos açaizais de uma área e aplicar os métodos mais adequados de manejo, como espaçamento entre as plantas e o número de árvores de outras espécies que devem estar no mesmo espaço. A aplicação funciona mesmo sem acesso à internet.


“Eram informações coletadas pelos pesquisadores, levadas para a Embrapa, processadas e trazidas em outra visita. Hoje, com a tecnologia, você pode fazer isso de forma instantânea, dando agilidade entre a pesquisa e a adoção da tecnologia”, analisa Massruhá.


Açaí e mel


O Semear Digital vai apoiar ainda uma atividade recente na região, com grande potencial de geração de renda aos agricultores: a melipolinicultura. A criação de abelhas nativas, sem ferrão, ajuda a conservar espécies desse inseto social ameaçadas justamente pela atividade humana, ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade dos açaizais entre 30% e 70%, a depender da espécie e da distância das colmeias em relação às flores do açaizeiro.



Enilson Solano (à esq.) e Daniel Pereira, da Embrapa Amazônia Oriental, apresentam criação de abelhas

à presidente da Embrapa, Silvia Massruhá (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)


“As abelhas sem ferrão têm um vínculo muito próximo com a cultura do açaí, principalmente porque uma boa parte delas são abelhas pequenas, então conseguem polinizar as flores dos açaizeiros. Existe uma relação antiga entre as populações da região e as abelhas, mas esse conhecimento foi perdido por uma série de fatores”, narra Daniel Santiago Pereira, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental.


O pesquisador acrescenta que, entre as diversas espécies de abelhas nativas, muitas exclusivas da Ilha do Marajó, algumas produzem méis com propriedades bioativas diferentes das encontradas nos mais conhecidos, o que pode ter um grande apelo de mercado.


“A conectividade vem para facilitar a interação com o maior número possível de produtores, possibilitando que esse conhecimento possa ser novamente apropriado por essas populações”, acredita Pereira.


Atualmente, a Embrapa Amazônia Oriental disponibiliza duas aplicações digitais voltadas à melipolinicultura. O Infobee agrega informações sobre as diferentes espécies e formas de manejo. Enquanto o Zapbee usa inteligência artificial para permitir que melipolinicultores possam tirar dúvidas pelo Whatsapp com um robô sobre a criação de abelhas, tanto nativas quanto introduzidas.


“Estamos aprimorando a tecnologia para que as pessoas possam mandar mensagens de voz e receberem as respostas também em áudio, facilitando o acesso mesmo para aqueles com baixa escolaridade”, afirma Michell Costa, analista da Embrapa Amazônia Oriental.


Demandas


Com cerca de 40 mil quilômetros quadrados (km2), a Ilha do Marajó tem em torno de 97% de áreas naturais, exercendo grande contribuição para a regulação climática e a manutenção da biodiversidade.


O município de Breves, com pouco mais de 106 mil habitantes, possui cerca de metade da população na área urbana, que ocupa cerca de 9,3 km2, um milésimo do território do município, de mais de 9 mil km2 (a área da cidade de São Paulo, por exemplo, é de pouco de mais de 1,5 mil km2).


Em 2022, apenas 6,1% dos domicílios estavam conectados à rede de esgoto e 9% da população tinha emprego formal. No Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o município figura com a marca de 0,503, pouco acima da vizinha Melgaço, cidade com o pior desempenho do Brasil (0,418) e bem abaixo da primeira colocada, São Caetano do Sul (SP) (0,862). Os números de IDH disponíveis para o Brasil, porém, são de 2010.


Assim como os outros nove Distritos Agrotecnológicos do Semear Digital distribuídos no Brasil, o município foi escolhido por meio de uma metodologia desenvolvida no Instituto de Economia Agrícola, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.


Entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, foram cruzadas oito variáveis, como educação, economia, infraestrutura e estrutura fundiária, e, a partir delas, 33 indicadores. A ideia era que, nos municípios escolhidos, a implantação do projeto pudesse causar impacto real na população e na agricultura. A partir de uma lista com os mais adequados na região Norte, Breves foi escolhido levando em consideração fatores adicionais, como governança local e atividade agropecuária.


“Esse é um DAT com características muito diferentes dos outros selecionados no Brasil, pois a base de sua economia agrícola é o extrativismo. Além disso, possui dificuldades de mobilidade entre as comunidades. Estamos certos de que a agricultura digital e a conectividade causarão grande impacto não só na população ribeirinha, mas também em toda a cadeia de valor do açaí e do mel”, diz Priscilla Fagundes, pesquisadora do IEA.


A principal tarefa na primeira visita foi justamente o levantamento das demandas da população. A ideia era entender como a agricultura digital pode ajudar na produção do açaí, principal produto da região, e na melipolinicultura, que ainda dá os primeiros passos no território.



Celso Vegro, pesquisador do IEA, realiza entrevista em comunidade de Breves (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)


“Como em todos os outros DATs que instalamos, a primeira necessidade relatada aqui é o próprio acesso à internet de qualidade. Uma das ideias é usar a conectividade para melhorar a venda do açaí e a compra de insumos, sem falar em como ela poderia melhorar o acesso à saúde e à educação”, aponta Édson Bolfe, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital.


Durante a dinâmica de grupo em que participaram com representantes da comunidade, os pesquisadores identificaram ainda uma demanda por rastreabilidade e certificação da produção, um dos eixos temáticos de pesquisa do Semear Digital. Outros eixos incluem inteligência artificial, sensoriamento remoto e agricultura de precisão


“O açaí colhido aqui passa por dois ou três atravessadores até chegar ao consumidor. Os produtores gostariam que a qualidade do produto deles fosse reconhecida em Belém e nas outras cidades onde é consumido”, diz Bolfe.


Com base na visita, um relatório elaborado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), uma das instituições parceiras do Semear Digital, apontou as principais possibilidades para instalação de conexão de melhor qualidade na área. O projeto não instala internet nas comunidades, mas articula com empresas locais e o poder público para que isso ocorra.


“Além das opções de conexão via satélite, atualmente no limite de operação, vislumbramos como viável a implementação de uma infraestrutura de conectividade terrestre. A proposta envolve a instalação de uma antena de 50 metros de altura em um torrão de terra firme previamente identificado, oferecendo cobertura 5G. Essa configuração permitiria alcançar um raio de aproximadamente 10 km a partir do local da antena, beneficiando a maioria das comunidades na região”, indica Fuad Abinader, pesquisador do CPQD em Manaus, presente na comitiva.


Com a instalação dos dez DATs nas cinco regiões do país, o Semear Digital espera trazer modelos de políticas públicas para a conectividade em zonas rurais. O sucesso do DAT Breves, por sua vez, pode trazer esse modelo para a região amazônica.


“É algo que realmente me emociona e que está na origem desse projeto: fazer o desenvolvimento digital puxar o social. A ideia é não apenas aumentar a produtividade, agregar valor aos produtos da floresta, como também melhorar a qualidade de vida das pessoas”, encerra a presidente da Embrapa.



Comitiva que participou da inauguração do Distrito Agrotecnológico (DAT) de Breves (PA), em outubro (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)


 




 


* Colaborou Daniel Antônio

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Simpósio I Omics in Aquaculture acontece na Embrapa Pesca e Aquicultura

 

Nos próximos dia 03 e 04 de dezembro, acontecerá, no auditório da Embrapa Pesca e Aquicultura, o Simpósio I Omics in Aquaculture. O evento será das 8h30 às 17h20 e é resultado do projeto “Cooperação entre Noruega e Brasil em Pesquisa e Educação para Melhoramento da Criação em Aquicultura Sustentável”, financiado pelo Conselho de Pesquisa da Noruega e executado em parceria com a Nord University, Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Aquagen (GenoMar Genetics). 

O Omics in Aquaculture contará com a participação de pesquisadores de países como Chile e Noruega, tais como Jorge Manuel Fernandes, da Nord University; Kaja Skjærven do Institute of Marine Research, da Noruega e José Yáñez da Universidade do Chile e Diogo Hashimoto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Jaboticabal).

Durante seus dois anos de execução, o projeto “Cooperação entre Noruega e Brasil em Pesquisa e Educação para Melhoramento da Criação em Aquicultura Sustentável” capacitou pesquisadores e bolsistas de mestrado e doutorado de ambos os países. 

Dois cientistas da Embrapa Pesca e Aquicultura receberam treinamento do equipamento Nanopore, adquirido pelo centro de pesquisas, para realizar sequenciamento de DNA e RNA, de forma mais simples e rápida.

A chefe de P&D da Embrapa Pesca e Aquicultura, Lícia Lundstedt, ministrou uma aula para os alunos de pós-graduação da Nord University. A Embrapa, por sua vez, recebeu alunos de mestrado da área de reprodução dessa instituição, que conheceram as pesquisas desenvolvidas na Unidade com peixes tropicais. Eles também visitaram a GenoMar Genetics.

Segundo o coordenador das atividades do projeto na Embrapa, Giovanni Moro, a Nord University participou de um edital voltado para a capacitação de pesquisadores e pós-graduandos, lançado pelo governo daquele país. O edital exigia que houvesse uma instituição de pesquisa, uma de ensino e uma empresa privada na área de aquicultura. Com isso, abriu-se a oportunidade de parceria envolvendo a Embrapa Pesca e Aquicultura, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a multinacional GenoMar Genetics respectivamente. “As negociações começaram em 2018 e, com o atraso provocado pela pandemia que impediu as viagens, o projeto só foi retomado no final de 2021, finalizando em 2024”, explica ele.

Políticas públicas brasileiras de segurança alimentar são destaque em evento internacional

 Entre os dias 25 e 30 deste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) participa do Seminario Y Jornada De Intercambio Tecnico: Soberania Alimentaria Y Politicas Publicas, em Buenos Aires, Argentina. A Conab será representada pelo diretor de Política Agrícola e Informações, Sílvio Porto. O encontro é organizado pela Fundación Rosa Luxemburgo e pela Fundación para el Desarrollo Humano Integral.

O objetivo do evento é compartilhar experiências e medidas adotadas pelo Governo Brasileiro na reconstrução de políticas públicas, focando na garantia de acesso à alimentação adequada e à segurança alimentar e nutricional como direito fundamental. Porto fará uma apresentação sobre o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), abordando seu histórico, a retomada em 2023, principais resultados e perspectivas.

Além disso, o diretor discutirá o Programa Cozinha Solidária, uma iniciativa da sociedade civil que produz e oferta refeições gratuitas para grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica e insegurança alimentar, incluindo populações de rua. O evento visa apresentar e compartilhar as soluções desenvolvidas pelo Brasil no combate à fome e promoção da segurança alimentar.

A programação inclui uma reunião técnica com equipes da Fundación para el Desarrollo Humano Integral, onde será discutido o processo da Conab e as políticas agroalimentares no Brasil, visando iniciar um assessoramento para uma proposta programática de políticas alimentares. Porto também participará de um debate público intitulado "Que Estado necessitamos para a Soberania Alimentar?", ao lado de outros especialistas.

A participação da Conab neste evento internacional reforça o papel da Companhia na formulação e implementação de políticas públicas de segurança alimentar, além de promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências com outros países da América Latina.

Serviço:
Evento: Seminario Y Jornada De Intercambio Tecnico: Soberania Alimentaria Y Politicas Publicas
Data: 25 a 30 de novembro
Local: Buenos Aires, Argentina

domingo, 24 de novembro de 2024

Embrapa apoia implementação da Estratégia Alimenta Cidades

 

Foto: Gustavo Porpino

Encontro com representantes de 60 municípios contou com participação da Embrapa Alimentos e Territórios e da Embrapa Cocais

Os ministérios do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), das Cidades (MCid) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançaram o Mapeamento dos Desertos e Pântanos Alimentares, que detalha a distribuição dos estabelecimentos que vendem alimentos saudáveis e não saudáveis em todo o País e os locais considerados desertos e pântanos alimentares nos 91 municípios com mais de 300 mil habitantes. A iniciativa é uma das ações da Estratégia Alimenta Cidades, que envolve 60 municípios brasileiros e conta com apoio da Embrapa Cocais para implementação do Sisteminha e da Embrapa Alimentos e Territórios nas ações voltadas à redução do desperdício de alimentos.

O estudo que mapeou os desertos e pântanos alimentares teve a finalidade de identificar as áreas de difícil acesso a alimentos saudáveis (desertos alimentares) e as áreas nas quais é fácil o acesso a alimentos ultraprocessados (pântanos alimentares), focando nos locais onde residem pessoas e famílias em situação de baixa renda e em territórios periféricos.

“Trabalhamos com a transferência de renda, mas também temos uma rede para promover a segurança alimentar. Estamos trabalhando, desde o ano passado, como combinar esses sistemas com compras de alimentos de pequenos produtores e como estes podem produzir alimentos saudáveis”, argumenta Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Os desertos e os pântanos alimentares contribuem para o aumento da insegurança alimentar e de todas as formas de má nutrição. Quando esses locais são identificados e priorizados nas políticas públicas locais, o quadro pode ser revertido e as áreas afetadas podem se tornar territórios promotores da alimentação adequada e saudável.

Durante o encontro para o lançamento, realizado nos dias 6 e 7 de novembro, em Brasília (DF), o chefe-geral da Embrapa Cocais, Marco Bomfim, e o analista Gustavo Porpino, da Embrapa Alimentos e Territórios, participaram de debates com os representantes dos municípios e apresentaram o potencial do Sisteminha e do fortalecimento de sistemas alimentares urbanos circulares, respectivamente. A implantação do “Sisteminha”, tecnologia social da Embrapa que suporta as famílias a produzirem alimentos, tanto na parte vegetal quanto de proteínas e fibras, contemplará 20 municípios de todas as regiões brasileiras. A meta é implantar 300 sisteminhas nos municípios nos próximos dois anos.

Segundo Marco Bomfim, o Sisteminha Comunidades representa o escalonamento da tecnologia com o objetivo de permitir que mais famílias saiam da condição de vulnerabilidade social e fome, seja no meio rural ou urbano e periurbano, gerando também empoderamento das famílias das comunidades e sustentabilidade social, econômica e ambiental. “É um sistema de produção integrada de alimentos em pequenos espaços ociosos – como terras comunitárias e escolas, quintais e jardins residenciais, telhados e lajes de edifícios – com potencial de transformar o ambiente ecossistêmico e a realidade social, especialmente no Norte e Nordeste, com regularidade de oferta de alimentos com qualidade nutricional diversificada.”

Bomfim adiantou que serão realizadas ações de capacitação de multiplicadores para implantação de mais 300 Unidades da tecnologia em parceria com o MDS, além dos mil Sisteminhas em parceria com o MDA já em processo.

O Sisteminha utiliza a piscicultura intensiva praticada em pequenos tanques construídos com materiais locais diversos e com redução de custos. A partir da recirculação dos nutrientes provenientes do tanque de peixes, é possível obter um sistema de produção integrado de frutas e hortaliças, aves e pequenos animais. A plantação é escalonada e em poucas semanas já há alimentos para consumo. Em sete meses, conquista-se a segurança alimentar e nutricional e ainda geração de renda comunitária a partir da comercialização do excedente da produção. A autonomia das famílias e o empreendedorismo comunitário são outras marcas do Sisteminha Comunidades.

Outras contribuições da Embrapa estão alinhadas ao eixo 5 sobre “redução das perdas e do desperdício de alimentos”. Para Gustavo Porpino, que coordena em conjunto com o MDS a atualização da Estratégia intersetorial para redução de perdas e desperdício de alimentos, as novas políticas públicas reconhecem a importância de ações articuladas com os governos locais para ter mais capilaridade. “Capacitar governos locais para delinearem planos de ação para redução do desperdício de alimentos e identificarmos os programas locais com potencial de escalabilidade estão entre as atividades previstas”, destaca.

 

Saiba mais: Sisteminha faz 21 anos e ganha versão voltada ao empreendedorismo comunitário - Portal Embrapa 

Com informações da Assessoria de Comunicação do MDS.

Núcleo de Comunicação Organizacional
Embrapa Alimentos e Territórios

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