segunda-feira, 26 de maio de 2025

Boletim da Conab aponta queda de preços da cenoura no atacado após quatro meses de alta

 

A boa oferta de cenoura, nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas), influenciou na queda dos preços praticados no atacado no último mês. A média ponderada das cotações da raiz em abril registraram uma diminuição de 22,88%. De acordo com levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a oferta dos principais produtores vem sendo suficientes para não deixar os preços dispararem como em 2024. É o que mostra o 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta sexta-feira (23) pela estatal.

Alface e tomate também ficaram mais baratos no último mês. No caso da folhosa, o comportamento das cotações foi influenciado pela demanda pelo alimento e a redução nos preços não foi uniforme, sendo registrada na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Ceasa de Campinas e em Santa Catarina. Para o tomate, a média ponderada dos preços caiu 5,82%, em relação à média de março, diante do aumento na oferta de 5,3% em relação a março.

Já para a cebola e batata, a Conab verificou alta nas cotações. A média ponderada de preço da batata subiu 36,67% em relação a março. Apesar da alta recente, é importante destacar que os preços seguem em patamares baixos, inferiores aos dois anos anteriores. Essa elevação pode ser explicada pelo início da mudança do eixo fornecedor do alimento a partir da diminuição dos envios da safra das águas paranaenses e aumento do fornecimento do alimento produzido nos estados do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste.

A cebola apresentou movimento ascendente dos preços em abril. Mesmo com as constantes altas registradas no início deste ano, movimento esperado para o período, as cotações estão abaixo do praticado em 2024. Esses valores mais baixos em comparação com 2024 podem ser atribuídos à recuperação da safra de Santa Catarina.

No caso das frutas, o movimento preponderante de preços da banana, laranja, mamão e melancia foi de queda. As cotações da banana caíram de forma leve na maioria das Ceasas analisadas, assim como o volume comercializado. Os preços da variedade prata estiveram elevados e foram contidos não só pela demanda, como também pelo menor tempo para a comercialização diante dos feriados em abril e pela concorrência com a banana nanica, mais barata.

No caso da laranja, a diminuição nos valores de comercialização praticado são influenciados pela menor qualidade de diversos lotes do cítrico e da demanda enfraquecida, influenciada pelo frio que se abateu sobre diversos centros consumidores. Para o mamão, a média ponderada dos preços chegou a cair em 10,53%. Assim como a laranja, o clima mais frio teve reflexo em uma menor demanda pela fruta. A boa oferta da variedade formosa também influenciou na redução dos preços. Cenário semelhante foi verificado para a melancia. As baixas temperaturas refletem em uma menor demanda pelo alimento. Com a menor procura, a média ponderada de preços teve redução de 15,39%.

Dentre as frutas analisadas, a única que apresentou aumento no preço, foi a maçã. A média ponderada do produto subiu 3,86%. Essa elevação é influenciada, principalmente, pela comercialização da variedade gala, que esteve controlada com o fim da colheita, o que tornou possível às classificadoras negociarem maiores preços. Já a variedade fuji atingiu o pico da colheita no fim do mês.

Exportações – No primeiro quadrimestre de 2025, o volume total enviado ao exterior foi de 407 mil toneladas, de acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado representa uma alta de 24% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024. Essas exportações geraram um faturamento de U$S 445 milhões (FOB), superior a 11% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024 e de 29% em relação ao mesmo período de 2023.

Destaques – Nesta edição, a seção Destaques das Ceasas aborda as condições das rodovias brasileiras utilizadas para o escoamento dos alimentos in natura e os impactos desse transporte na comercialização desses produtos nas Centrais de Abastecimento.

Os dados estatísticos do Boletim Prohort da Conab são levantados nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo e Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), São José (SC), Goiânia (GO), Recife (PE), Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC) que, em conjunto, comercializam grande parte dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira. As informações completas sobre a comercialização das principais frutas e hortaliças no mês de abril deste ano podem ser acessadas no 5º Boletim Hortigranjeiro 2025, disponível no Portal da Conab.

 

Diplomatas conhecem tecnologias da Embrapa no Dia Internacional da AgroBrasília 2025 Foto: Breno Lobato



Representantes de 20 embaixadas em Brasília puderam conhecer diversas tecnologias sustentáveis da Embrapa para o Cerrado do Planalto Central durante o Dia Internacional da feira AgroBrasília 2025, realizado na manhã da última quinta-feira (22). Após acompanharem palestras sobre o agronegócio brasileiro no Auditório Buriti, entre elas a do chefe-adjunto de Transferência de tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro, eles fizeram uma caminhada pelo Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, onde a feira é realizada de 20 a 24 de maio, e visitaram a vitrine de tecnologias da Embrapa.

Na palestra, Faleiro abordou o papel da Embrapa, da ciência e da tecnologia para a sustentabilidade da agricultura no Brasil. Ele explicou a missão da Embrapa e o funcionamento do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, da qual a Empresa faz parte junto com outras diversas instituições públicas e privadas de ensino, pesquisa e fomento. 

Ao destacar a importância da ciência e da tecnologia para a agricultura, o pesquisador mostrou como se deu a transformação do setor nos últimos 50 anos. Com investimentos em pesquisa científica e em políticas públicas, e o empenho dos pequenos, médios e grandes produtores rurais, houve o aumento significativo da produtividade de grãos, fibras e energia, tornando o Brasil, antes importador de alimentos na década de 1970, em grande produtor e exportador de alimentos nos dias atuais. A conquista do Bioma Cerrado, que converteu solos de baixa fertilidade em solos férteis, contribuiu para essa revolução, e hoje a região é a principal produtora de diversos produtos agropecuários do País.

A importância social da agricultura brasileira também foi mostrada por Faleiro, ao destacar que a agropecuária gera empregos diretos e indiretos e renda no setor primário (vendas de insumos, em fazendas), na indústria e no comércio (atacado e varejo).

A inovação no processo de desenvolvimento tecnológico também é uma preocupação da Embrapa. Faleiro lembrou que o atual Plano Diretor (PDE) da Empresa contempla a análise de cenários para o período 2024-2030, e falou sobre a atuação da pesquisa, desenvolvimento e inovação no âmbito dos sete Objetivos Estratégicos finalísticos do PDE: Recursos Naturais e Mudança do Clima; Segurança Alimentar e Saúde Única; Produção Sustentável e Competitividade; Bioeconomia e Economia Circular; Inclusão Socioprodutiva e Digital; Tendências de Consumo e Agregação de Valor; e Tecnologias Emergentes e Disruptivas.

Entre as diversas tecnologias e inovações da Embrapa e parceiros que transformaram a agricultura brasileira, em especial o Cerrado, o pesquisador citou os 96 programas de melhoramento genético de plantas e animais da Empresa, entre eles, os que permitiram a tropicalização da soja e do trigo, com o desenvolvimento de cultivares e sistemas de produção adaptados a diferentes regiões; o cultivo de frutas temperadas em regiões tropicais e o cultivo de frutas tropicas em regiões temperadas; a viabilidade de culturas alternativas para a diversificação dos sistemas, como o café e o girassol; e a adaptação de bovinos de raças zebuínas (Nelore, Gir, Guzerá e Sindi) e de espécies leguminosas e gramíneas forrageiras.

Outros exemplos de tecnologias importantes citados foram a Fixação Biológica de Nitrogênio, que por meio do uso de inoculantes praticamente eliminou o uso de adubos nitrogenados na cultura da soja, gerando uma economia anual de pelo menos US$ 15 bilhões; a caracterização, manejo e conservação do solo e da água, utilizando o Sistema Plantio Direto e outras tecnologias conservacionistas para garantir a produtividade e melhorar a saúde do solo; o Zoneamento Agrícola de Risco Climático, que auxilia o produtor a definir a melhor época de plantio de mais de 40 culturas, diminuindo os riscos de perdas por eventos climáticos; o Manejo Integrado de Pragas, Doenças, Nematoides e Plantas Daninhas, que combina diversas estratégias que reduzem o uso de defensivos químicos no controle fitossanitário; e os sistemas integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, que intensificam o uso da terra, aumentam a produtividade vegetal e animal e recuperam pastagens degradadas.

O pesquisador ressaltou, ainda, a busca pelo equilíbrio entre a produção agropecuária e o meio ambiente. “Com ciência e tecnologia, é possível produzir e preservar o meio ambiente ao mesmo tempo”, afirmou, explicando que o Código Florestal brasileiro determina que os produtores destinem uma parte do imóvel rural à preservação ambiental – o percentual da área varia conforme a região. “Podemos dizer, com segurança, que o produtor brasileiro é também um ambientalista pela força da legislação e com o uso da ciência e da tecnologia”, completou. 

Dados oficiais do uso das terras brasileiras apontam que 66,3% do território nacional corresponde a áreas protegidas e preservadas, sendo que metade delas (33,2%) está nos imóveis rurais; enquanto apenas 30,3% é destinado à produção agropecuária (21,2% são de pastagens e 7,8% são de lavouras) e o restante (3,5%) corresponde a áreas urbanas. No Cerrado, 52,6% da área é preservada e protegida, enquanto o uso agrícola ocupa 45,3% (29,2% com pastagens e 14,3% com lavoras) da extensão do Bioma. 

Faleiro lembrou que a ciência e a tecnologia brasileiras buscam atender aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Ao falar sobre os desafios para a transferência de tecnologia no Brasil, o pesquisador apontou as dimensões continentais e a diversidade de biomas do País. “É importante que as tecnologias geradas considerem as particularidades de cada região. Temos mais de 6,5 milhões de produtores rurais espalhados pelo Brasil, e a ciência tem a preocupação de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, finalizou.

Também foram palestrantes o presidente da Coopa-DF, José Guilherme Brenner, que destacou a trajetória e a importância da agricultura brasileira, bem como as oportunidades que podem ser geradas para todos; o diretor substituto de Promoção Comercial e Investimentos do Ministério da Agricultura e Pecuária, André Okubo, que apresentou as ações de promoção internacional do agronegócio brasileiro empreendidas pelo governo federal; o secretário de Relações Internacionais do Governo do Distrito Federal, Paco Britto, que destacou a qualidade da produção agropecuária do DF e a importância de Brasília como centro nacional e internacional de agronegócios; e Cleison Duval, presidente da Emater-DF, que detalhou as contribuições do órgão de assistência técnica e extensão rural para o desenvolvimento rural do DF nos eixos econômico, social e ambiental.

Na vitrine de tecnologias da Embrapa, Faleiro fez uma breve apresentação das tecnologias em bovinos zebuínos de corte e leite; cultivares de forrageiras, soja, arroz, feijão, mandioca, girassol, sorgo, trigo, maracujá, pitaya e café canéfora; além de consórcios de forrageiras e grãos e bioinsumos. O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças (DF), Ítalo Ludke, apresentou as opções de cultivares e tecnologias de diversas hortaliças, bem como o Sistema Plantio Direto em Hortaliças. Os visitantes também percorreram três dos 10 circuitos tecnológicos do Espaço de Valorização da Agricultura Familiar da Emater-DF e os estandes da Aprosoja-GO e do Grupo de Apoio à Agricultura Sustentável (GAAS).

O Dia Internacional é promovido pela AgroBrasília e pela Secretaria de Relações Internacionais do Governo do Distrito Federal, com o apoio da Embrapa, da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Emater-DF.

Participaram dessa edição representantes das embaixadas da Argentina, Camboja, Israel, Myanmar, Nepal, Nigéria, República Democrática do Congo, Nova Zelândia, República Dominicana, República Tcheca, Rússia, Alemanha, El Salvador, Belarus, Uruguai, Haiti, Turquia, Venezuela, Trinidad e Sri Lanka.

Consórcio de leguminosas com gramíneas alia produtividade e qualidade na safrinha


Pesquisador da Embrapa destaca benefícios agronômicos e econômicos da adoção de plantas de cobertura no período da safrinha em Mato Grosso do Sul


Durante o Showtec 2025, evento de tecnologia agropecuária realizado em Mato Grosso do Sul, o pesquisador Rodrigo Arroyo Garcia, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), apresentou os avanços e os benefícios do consórcio entre leguminosas e gramíneas no sistema de produção agrícola. A proposta visa aliar alta produção de biomassa com qualidade da palhada, elemento essencial para o sucesso do Sistema Plantio Direto.

“Os capins são protagonistas na geração de matéria seca em grande volume, tanto na parte aérea quanto nas raízes, o que contribui diretamente para a melhoria do solo. Mas as leguminosas agregam qualidade a essa biomassa, com benefícios como a fixação biológica de nitrogênio e o controle de nematoides”, explica Garcia.

Entre as leguminosas de destaque, estão as crotalárias (em especial a Crotalaria ochroleuca e C. juncea) e o feijão-guandu, incluindo sua versão anã. Essas espécies, quando combinadas com gramíneas como Brachiaria ruziziensisB. brizantha (cv. Xaraés, Piatã), ou mesmo com panicum como o capim-aruana, resultam em um consórcio com alto potencial para cobertura de solo, controle biológico e alimentação animal.

Oportunidade durante a safrinha

A recomendação do pesquisador é que o produtor utilize parte da área da safrinha, em Mato Grosso do Sul, para o cultivo dessas plantas de cobertura, especialmente a partir do final de fevereiro, quando os riscos climáticos aumentam e o potencial produtivo do milho diminui.

“O custo do milho safrinha é alto e os riscos são maiores nessa época. Por isso, deixar de 20% a 25% da área para coberturas é uma estratégia inteligente. Em poucos anos, o produtor consegue rodar toda a área e melhorar o solo, o sistema como um todo e ainda potencializar a cultura da soja que vem na sequência”, orienta o pesquisador.

Segundo Garcia, em áreas de pousio durante a safrinha no estado, principalmente em solos arenosos ou em regiões com menor histórico de uso agrícola, o uso de plantas de cobertura é uma alternativa viável, econômica e de baixo risco.

Integração com a pecuária

O consórcio também pode ser integrado à pecuária, desde que as leguminosas escolhidas não sejam tóxicas aos animais. “Espécies como a Crotalaria spectabilis e C. breviflora são tóxicas e não podem ser pastejadas. Mas a C. ochroleuca e a C. juncea são seguras e ainda melhoram a alimentação do gado, fornecendo proteína e contribuindo para o ganho de peso”, ressalta o pesquisador.

Pesquisa em expansão

A Embrapa Agropecuária Oeste conduz pesquisas nessa linha desde 2016. O trabalho envolve o desenvolvimento de combinações de espécies, estratégias de manejo, métodos de implantação e soluções para desafios técnicos, como o controle de plantas daninhas e da soja voluntária.

“O setor privado também tem avançado nessa linha, com oferta de mixes de cobertura que reúnem três ou quatro espécies. A lógica é a mesma: diversificar e explorar sinergias entre plantas com características complementares para fortalecer o sistema produtivo”, finaliza o pesquisador.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Conab vai ao México para participar de missão técnica de cooperação sobre sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis

 

Representantes de instituições do Brasil e do México estarão reunidos, entre os dias 12 e 15 de maio, para debater soluções conjuntas que promovam o acesso a alimentos saudáveis, o fortalecimento da agricultura familiar e o equilíbrio dos sistemas de abastecimento. A Missão Técnica “Diálogos de Cooperação Sul-Sul entre Brasil e México sobre Sistemas Alimentares Sustentáveis” é uma iniciativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

O encontro tem como objetivo principal fomentar a troca de experiências bem-sucedidas em políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional, abastecimento de alimentos e estratégias para redução da inflação dos alimentos. A agenda inclui reuniões, visitas técnicas e apresentações institucionais que permitirão o compartilhamento de boas práticas entre os dois países.

Nesta segunda-feira (12), o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Arnoldo Anacleto de Campos, apresenta as principais contribuições da Companhia para o abastecimento alimentar no Brasil. Serão abordadas ações como política de preços mínimos, compras públicas, estrutura de armazenagem, apoio à agricultura familiar, inovação tecnológica no campo e produção de dados estatísticos sobre a agropecuária nacional.

Durante a missão, os participantes visitarão instituições mexicanas como a Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Sader), a Central de Abastecimento da Cidade do México (Ceda), a Leche Industrializada Conasupo (Liconsa), a Empresa Nacional de Subsistências Populares (Diconsa) e a Confederação Nacional dos Grupos Comerciais dos Centros de Abastecimento (Conacca). Também está prevista uma reunião com a equipe técnica da FAO, cuja articulação foi fundamental para viabilizar os contatos com o governo mexicano.

Entre os resultados esperados está a divulgação de iniciativas brasileiras como o Programa Alimentar Cidades, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Plano Nacional de Abastecimento. Ao mesmo tempo, o Brasil conhecerá melhor o modelo mexicano “Comida para o Bem-Estar”, que conta com mais de 25 mil pontos de venda voltados ao fornecimento de alimentos saudáveis e acessíveis.

A modernização dos centros de abastecimento, por meio de ações sustentáveis como economia circular, redução de perdas e desperdícios (FLW), transparência de preços e fortalecimento da governança institucional, também será um dos focos do intercâmbio, promovendo a aproximação entre autoridades públicas e setor privado.

A missão marca mais um passo no fortalecimento da cooperação internacional em torno da segurança alimentar e da construção de sistemas alimentares resilientes, inclusivos e sustentáveis.

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Desembolso do crédito rural chega a R$ 298,6 bilhões em dez meses

 Até o momento, o total do desembolso corresponde cerca de 80% do que foi concedido no mesmo período da safra 2023/2024

Agência Gov | Via Mapa
09/05/2025 14:25
Desembolso do crédito rural chega a R$ 298,6 bilhões em dez meses

O montante do desembolso do crédito rural do Plano Safra 2024/25, considerando todos os produtores rurais, chegou a R$ 298,6 bilhões no período de julho/2024 a abril/2025.    

Considerando apenas os beneficiários do Pronamp e os demais produtores rurais, que são atendidos pelo crédito rural coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram desembolsados R$ 246,2 bilhões, sendo divididos em R$ 142,7 bilhões para custeio, R$ 52,2 bilhões para investimento, R$ 35,5 bilhões para a comercialização e R$ 15,9 bilhões para financiamentos em industrialização de produtos agropecuários. 

O montante de recursos desembolsados corresponde a cerca de 80% do que foi concedido no mesmo período da safra 2023/2024, perfazendo 61,5% dos R$ 400,6 bilhões programados para serem contratados em todas as finalidades de financiamento. 

Os financiamentos baseados em fontes controladas, aquelas que possuem taxas de juros diferenciadas e mais reduzidas em relação às praticadas pelo mercado, correspondem a 51% de todo o crédito concedido, com destaque para a Poupança Rural Equalizada e para os Recursos Livres Equalizados, com incremento de 20% e 171%, respectivamente, em relação à safra passada, e valores concedidos de R$ 21,8 bilhões e de R$ 31,6 bilhões. 

Quanto aos financiamentos baseados em fontes de recursos com taxas de juros livres, o destaque fica com a Poupança Rural Livre, com aumento de 124% em relação à safra passada e R$ 26 bilhões contratados e liberados. 

Os programas de investimento agropecuário ainda apresentam saldo de recursos a serem concedidos: o Prodecoop apresenta o maior, com 61% de saldo, enquanto o Pronamp, com 14% de saldo, tem a menor disponibilidade remanescente. 

A expectativa é que todo o recurso disponibilizado para o investimento seja aplicado até o final de junho, quando começará o novo ano agrícola, com os produtores rurais realizando inversões com os encargos financeiros atuais, os quais estão, em geral, 4,25 pontos percentuais abaixo da taxa SELIC, que está em 14,75% a.a. 

Os valores apresentados são provisórios e foram extraídos no dia 07 deste mês, do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB), que registra as operações de crédito informadas pelas instituições financeiras autorizadas a operar em crédito rural. Os valores definitivos só são divulgados após 35 dias do encerramento do mês considerado na avaliação. 

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Exportações da piscicultura brasileira batem novos recordes

 

As exportações brasileiras de peixe no primeiro trimestre de 2025 foram as maiores dos últimos anos. O volume exportado foi de mais de 3.900 toneladas, aumento de 89% com relação ao mesmo período do ano passado. Em faturamento, houve crescimento ainda maior: de 112%, chegando a mais de US$ 18,5 milhões. Esses são alguns dos dados do Informativo Comércio Exterior da Piscicultura, publicado a cada três meses pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Como era de se esperar, a tilápia permanece a principal espécie exportada. Entre janeiro e março, foram praticamente US$ 17 milhões de faturamento, que significaram 92% do total. Na sequência, mas bem abaixo, estiveram curimatá e tambaqui (com 3% cada) e pacu (com 2% do faturamento total no período). Também como vem sendo nas últimas análises trimestrais, os Estados Unidos foram o principal importador da piscicultura nacional, responsáveis por mais de US$ 16,3 milhões ou 88% do total no primeiro trimestre deste ano. Com 7%, o Peru foi o segundo colocado.

São cinco as categorias de produtos de tilápia exportados: o filé, tanto congelado como fresco ou refrigerado; o peixe inteiro, também tanto congelado como fresco ou refrigerado; e subprodutos impróprios para alimentação humana. À exceção da tilápia congelada, as demais categorias apresentaram queda de preço médio comparando-se os primeiros trimestres do ano passado com este ano. A principal categoria exportada pelo país, que é o filé de tilápia fresco ou refrigerado, teve 7% de queda, passando de US$ 7,57 para US$ 7,07 o kg.

“É possível que essa queda nos preços dos produtos de tilápia no primeiro trimestre de 2025 seja reflexo de uma acomodação do mercado norte-americano, após sucessivas altas nos preços ao longo de 2024. Esse aumento dos preços no ano passado pode ter tido um impacto na redução na demanda junto aos consumidores, o que pode ter levado a essa queda nos preços”, explica Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia.

Crescimento consistente - As exportações brasileiras da piscicultura têm crescido de maneira consistente nos últimos anos. Fazendo o recorte apenas para a tilápia, os Estados Unidos, no primeiro trimestre de 2025, foram o principal destino, com 95% da movimentação, num total de mais de US$ 16,2 milhões. E, analisando-se as importações de tilápia pelos Estados Unidos, percebe-se que o Brasil foi o terceiro maior fornecedor nos dois primeiros meses deste ano; em janeiro e fevereiro de 2024, o país era o quinto maior fornecedor. Foram mais de 2.400 toneladas, ficando atrás apenas de Taiwan, com mais de 2.800 toneladas, e da China, com mais de 32.500 toneladas exportadas para os Estados Unidos em janeiro e fevereiro deste ano.

Manoel contextualiza esse mercado: “o crescimento das exportações de tilápia brasileira para os Estados Unidos tem relação direta com o aumento da produção desta espécie no Brasil e a busca por novos mercados. O Brasil exportou apenas 3% das 662 mil toneladas de tilápia produzidas no país em 2024. Com o aumento da produção, o mercado local passou a apresentar sinais de saturação na demanda de tilápia, resultando numa queda nos preços no mercado interno em 2024, tornando a exportação mais atrativa”. Ele acrescenta que “o setor privado é o grande responsável pelo aumento das exportações de tilápia do Brasil, porém algumas instituições, como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Embrapa, têm colaborado com diversas ações de apoio”.

A expectativa é de continuidade no crescimento das exportações brasileiras da piscicultura, sobretudo de tilápia. De acordo com o pesquisador da Embrapa, “o aumento das tarifas de importação que os Estados Unidos impuseram à tilápia vinda da China pode oferecer uma oportunidade para os exportadores brasileiros, porém ainda existem incertezas quanto à manutenção dessas tarifas no longo prazo e também é importante destacar que outros países exportadores (em particular da Ásia) são fortes concorrentes nesse mercado”. Manoel finaliza afirmando que “os produtores brasileiros têm buscado novos mercados além dos Estados Unidos (por exemplo, o Canadá e países da América do Sul) e também têm tentado diversificar as espécies a partir do embarque de peixes nativos, como tambaqui e curimatá”.

Manejo sustentável da cultura do arroz é tema de dias de campo em Itapecuru Mirim, MA

 

A região de Itapecuru Mirim, no Maranhão, se prepara para receber dois importantes dias de campo voltados ao manejo sustentável da cultura do arroz de sequeiro favorecido, com foco na agricultura familiar. As atividades serão realizadas nos dias 24, na comunidade quilombola de Jaibara dos Nogueiras, e dia 25 de abril, na comunidade quilombola de Oiteiro dos Nogueiras.

O evento visa promover práticas agrícolas mais produtivas e sustentáveis, adaptadas às características das planícies inundáveis da região, onde o arroz é cultivado com o auxílio das chuvas que formam a lâmina d'água ou encharcam a terra, criando condições ideais para o cultivo. Durante os dias de campo, produtores familiares, profissionais de assistência técnica e membros das comunidades quilombolas terão a oportunidade de discutir técnicas de manejo do arroz, com ênfase na nutrição das plantas, fertilização do solo e práticas sustentáveis de cultivo. 

Congresso Brasileiro de Soja debaterá 100 anos de soja no Brasil vislumbrando o amanhã

  CBSoja debate 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã A 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025 ...