domingo, 2 de março de 2025

Conheça os 12 cursos on-line gratuitos ofertados pela Embrapa Cerrados no e-Campo

 

Foto: ReproduçãoReprodução -

Os interessados em temas da fruticultura tropical, na produção integrada e boas práticas agrícolas, na recuperação e renovação de pastagens degradadas e na produção integrada de borracha natural têm à disposição 12 cursos on-line totalmente gratuitos e disponíveis no e-Campo, a plataforma de capacitações on-line da Embrapa. 

Os cursos são autoinstrucionais (permitem o aprendizado autônomo) e assíncronos, ou seja, o participante pode acessar os conteúdos a qualquer momento. 

Saiba quais são os cursos desenvolvidos pela Unidade atualmente disponíveis e com inscrições abertas:

 

Recuperação e Renovação de Pastagens Degradadas no Cerrado

Lançamento: 2024

Destinado a produtores rurais, técnicos extensionistas, consultores, professores, gestores públicos, estudantes e pessoas interessadas no tema, o curso tem carga horária de 50 horas. O objetivo é promover um espaço de aprendizagem sobre a identificação e estratégias, visando auxiliar técnicos e produtores rurais na escolha de soluções sustentáveis e adequadas para diferentes níveis de degradação do solo. 

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=513


Produção Integrada: Introdução à Produção Integrada (Módulo I)

Lançamento: 2024

Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Viçosa e destinado a produtores rurais, técnicos agrícolas e demais interessados com formação profissional de nível superior, o curso possui carga horária de 20 horas e traz informações gerais sobre a filosofia e procedimentos para a adoção da Produção Integrada (P.I.) como alternativa economicamente rentável e ambientalmente equilibrada, que permite ofertar ao consumidor um produto diferenciado, seguro para o consumo, com origem conhecida e produzido em conformidade com as Boas Práticas Agrícolas. Além da disponibilidade de alimentos mais saudáveis, a adoção desse sistema contribui para o desenvolvimento sustentável na produção de alimentos, com redução dos custos de produção e, consequentemente, maior rentabilidade para os produtores rurais.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/course/view.php?id=524


Produção Integrada: Gestão e Planejamento da Empresa Rural (Módulo II)

Lançamento: 2024

Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Viçosa e destinado a produtores rurais, técnicos agrícolas e demais interessados com formação profissional de nível superior, o curso possui carga horária de 60 horas e traz informações gerais sobre aspectos específicos da Produção Integrada, como segurança do alimento, rastreabilidade do processo produtivo, assistência técnica e organização de produtores, segurança, saúde e bem-estar do trabalhador rural.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/course/view.php?id=525


Produção Integrada: Práticas Culturais do Maracujá (Módulo III)

Lançamento: 2024

Este curso também foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Viçosa na temática da Produção Integrada. Para realizá-lo, o participante precisa ter concluído os cursos “Produção Integrada: Introdução à Produção Integrada” (Módulo I) e “Produção Integrada: Gestão e Planejamento da Empresa Rural” (Módulo II). Com carga horária de 40 horas, o Módulo III aprofunda os conhecimentos nas Práticas Culturais da Produção Integrada do Maracujá com base nas Boas Práticas Agrícolas e nas Normas Específicas para a obtenção da Certificação da Produção Integrada de Maracujá.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/course/view.php?id=526


Minicurso Fruticultura Tropical: Avanços na propagação dos maracujás

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Lançamento: 2024

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 7 horas. O objetivo é oferecer informações básicas e os avanços das pesquisas sobre os tipos de propagação e sua importância para o uso diversificado dos maracujás azedos, doces, silvestres e ornamentais.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=519


Minicurso Fruticultura Tropical – Abacate: Instruções técnicas para cultivo comercial

Lançamento: 2023

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 8 horas. O objetivo é fornecer informações gerais sobre o cultivo comercial de abacate, desde a implantação do pomar até a comercialização do fruto.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=434

 

Minicurso Fruticultura Tropical – Goiaba: Instruções técnicas para cultivo comercial

Lançamento: 2023

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 8 horas. O objetivo é oferecer informações gerais sobre o cultivo comercial de goiaba, desde a implantação do pomar até a comercialização do fruto.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=435


Minicurso Fruticultura Tropical – Manga: instruções técnicas para cultivo comercial

Lançamento: 2023

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 8 horas. O objetivo é oferecer informações gerais sobre o cultivo de manga, desde a implantação do pomar até a comercialização do fruto.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=395


Minicurso Fruticultura Tropical – Mercado e comercialização de frutas frescas e processadas

Lançamento: 2023

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 6 horas. O objetivo é oferecer informações gerais para elaboração de um plano de negócios para acesso aos mercados de frutas frescas e processadas.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=433


Minicurso Fruticultura Tropical – Maracujás: cultivares, sistemas de produção e mercado

Lançamento: 2022

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 4 horas. O objetivo é oferecer informações técnicas básicas e sistematizadas sobre o cultivo de maracujás.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/course/view.php?id=322

 

Minicurso Fruticultura Tropical – Pitayas: melhoramento genético e sistemas de produção

Lançamento: 2022

Destinado a produtores rurais, extensionistas, professores, gestores públicos e estudantes, o curso tem carga horária de 8 horas. O objetivo é oferecer informações gerais sobre o cultivo comercial de pitaya, desde a implantação do pomar até a comercialização do fruto.

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=325


Produção Integrada de Borracha Natural (Seringueira – Fase Fazenda)

Lançamento: 2022

Destinado a profissionais de nível superior da área agropecuária, devidamente registrados em seus conselhos de classe profissional, o curso tem carga horária de 60 horas. O objetivo é que o participante entenda o contexto do programa de certificação da produção integrada de borracha natural (Seringueira - Fase Fazenda), instituído pela instrução normativa número 6 de 26/04/2021 (MAPA, 2021).

Mais detalhes aqui.

Faça o curso acessando https://ava.sede.embrapa.br/enrol/index.php?id=290

 

Estatísticas

A Embrapa Cerrados começou a desenvolver e ofertar cursos na plataforma em 2021. Desde então, foram recebidas 17.458 inscrições de todos os estados do Brasil e de outros 20 países, com 5.635 conclusões (32,3%), de acordo com as estatísticas do e-Campo até janeiro deste ano.


Número de inscritos por curso até 2024. Os cursos “Excelência e qualidade em bioanálise do solo” e “Diagnóstico comportamental da atividade produtiva” são oferecidos a públicos específicos.

 

Distribuição geográfica dos participantes dos cursos oferecidos pela Embrapa Cerrados no Brasil e no mundo até 2024.

O público participante dos cursos da Embrapa Cerrados é predominantemente de estudantes (63,42%), mas também há produtores (11,23%), técnicos de assistência técnica e extensão rural (7,04%), professores (3,54%), entre outros. O nível de escolaridade vai do ensino fundamental (1,62%) até o pós-doutorado (0,99%), sendo o maior contingente de alunos com curso superior incompleto (30,63%). 

A principal área de formação é a Agronomia (38,21%), mas há alunos com outras formações distintas: Ciências Agrárias (5,14%), Administração (4,01%), Biológicas (3,19%), Direito (2,02%) e Engenharias (1,56%). Os homens (60,57%) são maioria. Apenas 30,56% dos participantes têm vínculo empregatício e 24,51% se declaram agentes multiplicadores.

Fábio Faleiro, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, aponta que os cursos oferecidos pela Unidade na plataforma e-Campo apresentam dezenas de tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e parceiros e são importantes ferramentas de capacitação e de transferência de tecnologia. 

“Por meio dessa importante plataforma digital de capacitação, as informações são difundidas para todas as unidades federativas do Brasil, o que possibilita o aumento da adoção das tecnologias e, em consequência, o aumento dos seus impactos econômicos, sociais e ambientais”, afirma, acrescentando que os cursos contam não apenas com a participação das equipes de pesquisa e desenvolvimento, como também das equipes de transferência de tecnologia que atuam na produção pedagógica, técnica e audiovisual, o que tem possibilitado a oferta de cursos muito bem avaliados pelos participantes.

sábado, 1 de março de 2025

Começa o plantio do trigo safrinha no Brasil Central: produtor deve estar atento às recomendações da pesquisa

 Foto: Breno Lobato

Breno Lobato - Trigo safrinha no Distrito Federal

Trigo safrinha no Distrito Federal

O início de março marca a abertura do período indicado para o plantio do trigo de segunda safra (safrinha) ou de sequeiro no Cerrado do Brasil Central. O trigo safrinha é cultivado após a colheita da soja e sem irrigação, aproveitando o final da estação chuvosa. A cultura tem chamado a atenção dos produtores, seja pelos benefícios conferidos ao sistema de produção, seja pela rentabilidade que ela pode proporcionar, conforme as cotações do mercado. Estima-se que na atual safra devam ser semeados cerca de 200 a 250 mil ha do cereal na região, com crescimento de 5% a 10% na área plantada em relação à safra anterior. Em Goiás, a estimativa é de que o aumento seja ainda maior, podendo chegar a 15%. 

Segundo pesquisadores da Embrapa, o cultivo do trigo safrinha tem avançado principalmente entre produtores que desejam diversificar culturas, mitigar problemas e diminuir riscos ou, ainda, para aproveitar áreas que ficariam em pousio ou seriam cultivadas com plantas de cobertura. 

Com o desenvolvimento de cultivares mais adaptadas à região, como a BRS 404, da Embrapa, o trigo tem sido adotado no sistema de cultivo em plantio direto, principalmente em sucessão à soja e em rotação com o milho e o sorgo, promovendo a diversificação do sistema de produção e diminuindo riscos. O uso do cereal em rotação de culturas tem proporcionado inúmeros benefícios agronômicos ao sistema, como a quebra do ciclo de pragas e doenças, sobretudo fungos de solo, plantas daninhas e nematoides. 

Outro benefício é a possibilidade de rotacionar princípios ativos de defensivos agrícolas, como herbicidas que podem agir no controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato usado nas lavouras de soja RR, assim como no controle de plantas dessa cultura germinadas após a colheita, contribuindo tanto com o vazio sanitário como para eliminar plantas tigueras de cultivos de milho na área. “Além de proporcionar o controle de plantas daninhas, o cultivo do trigo fornece uma excelente palhada, favorecendo o plantio direto nas áreas”, aponta o pesquisador Jorge Chagas, da Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS).

A adoção do trigo após a soja permite que o produtor utilize cultivares de soja com ciclos mais tardios e com tetos produtivos superiores aos de variedades precoces e superprecoces, mais voltadas ao cultivo do milho safrinha. Outro ponto positivo é que o trigo produzido na região do Cerrado é o primeiro a ser colhido na safra brasileira, podendo ser comercializado a preços mais atrativos.

“A colheita do trigo safrinha é realizada no período seco, entre os meses de junho e julho, o que tem garantido um produto de excelente qualidade de grãos e livre das micotoxinas que costumam afetar lavouras do Sul do País em anos de muita chuva na colheita, como a giberela”, observa Júlio Albrecht, pesquisador da Embrapa Cerrados (DF). Os rendimentos das lavouras têm variado de 35 a 65 sc/ha em anos de precipitação normal, e as receitas com as vendas têm estimulado os produtores a ampliarem a área cultivada na região.


Pesquisadores apontam recomendações de manejo

 

Os pesquisadores ressaltam que o trigo de sequeiro é indicado para cultivo em regiões de altitude igual ou acima de 800 metros. O produtor deve verificar se o trigo safrinha é indicado para a sua região e utilizar cultivares adequadas. As portarias com as informações sobre o zoneamento agrícola de risco climático para o trigo estão disponíveis na página do Ministério da Agricultura e Pecuária e no aplicativo Zarc Plantio Certo, da Embrapa, disponível para Android e iOS.

Segundo Albrecht e Chagas, é fundamental que o produtor faça a análise do solo, que deve ser corrigido quanto à acidez com o uso de calcário, enquanto o alumínio em profundidade deve ser neutralizado com o uso de gesso agrícola. O solo também deve estar livre de camadas compactadas, o que permite o aprofundamento das raízes das plantas e o melhor aproveitamento de água e nutrientes – isso minimiza os efeitos dos períodos secos, como os veranicos.

Outra recomendação para amenizar os problemas com a falta de chuvas é o plantio direto, com a semeadura direta na palhada da cultura de verão. A palhada protege o solo das altas temperaturas, amenizando a perda de água por evapotranspiração, além de permitir maior infiltração da água das chuvas, entre outros benefícios.

Para obter ganhos de produtividade, a semeadura deve ser realizada do início de março até o final do mês, de acordo com as precipitações na região: onde as chuvas param mais cedo, o trigo safrinha deve ser plantado no começo do mês. O escalonamento da semeadura, ou seja, a semeadura das áreas em diferentes momentos dentro do período recomendado, ou a semeadura de cultivares de ciclos diferentes podem ser estratégias interessantes, dizem os pesquisadores.

“Assim, a lavoura terá talhões com plantas em diferentes estádios de desenvolvimento. Isso reduz o risco de a falta de chuva afetar todo o plantio num único momento crítico, como a floração das plantas”, diz Jorge Chagas, lembrando que é fundamental seguir as recomendações de manejo de cada cultivar para a região, como a densidade ideal de semeadura.

O pesquisador acrescenta que, no início da janela de plantio, é importante o uso de cultivares mais tolerantes a doenças, principalmente as manchas foliares e a brusone, doença fúngica que pode causar prejuízos em anos com excesso de chuvas nos meses de abril e maio na região do Cerrado do Brasil Central. Já para semeaduras mais tardias, realizadas após o dia 15 de março, o produtor deve utilizar cultivares mais tolerantes à seca. A baixa precipitação e as temperaturas acima do normal também podem causar prejuízos, principalmente pela ocorrência de veranicos comuns nesse período.

 

Embrapa desenvolveu cultivar adaptada à região

 

A cultivar de trigo BRS 404 foi desenvolvida para condições de baixa precipitação, aproveitando a umidade do solo e o restante das chuvas dos meses de março, abril e maio no Brasil Central. A cultivar tem como principais características maior tolerância ao déficit hídrico, ao calor e ao alumínio no solo, além de elevada produção de matéria seca (palhada) e excelente qualidade tecnológica de grãos. Tem ciclo precoce, variando de 105 a 118 dias, sendo que o período entre a semeadura e o espigamento é de 57 a 67 dias, dependendo do local e da altitude do cultivo. É moderadamente suscetível à brusone e à mancha amarela.

“Em algumas regiões com maior volume de chuvas, como o Sul de Minas Gerais, os produtores têm alcançado produtividades de até 80 sc/ha com a cultivar BRS 404. Aqui no Planalto Central, a produtividade pode chegar a 60 sc/ha, desde que as chuvas tenham uma boa distribuição no período de safrinha”, diz Júlio Albrecht.

Classificada pela indústria como trigo pão, a cultivar, mesmo em anos de menos chuvas, tem entregado pesos hectolítricos (PH) de grãos acima de 80 kg/hl, sendo muito bem aceita pelos moinhos da região. A força de glúten (W), medida que representa o trabalho (energia) de deformação da massa e indica a força de panificação da farinha, varia de 250 a 400 x 10-4 J, sendo bem superior à exigência mínima dos moinhos (220 x 10-4 J). Além disso, a elevada estabilidade (tempo de batimento da massa acima de 15 minutos) favorece a panificação.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Na safrinha, é hora de proteger o solo: estratégia essencial para a produtividade

 


Com a colheita da soja concluída, o momento é propício para planejar a cobertura do solo, uma prática essencial para garantir a sustentabilidade do sistema produtivo. Segundo Gessí Ceccon, analista e engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), a cobertura do solo não apenas protege contra a erosão, mas também melhora as condições físicas do solo, favorecendo a produtividade futura. “A soja no verão tem um alto valor econômico, e por isso é a cultura predominante. No entanto, após sua colheita, precisamos focar em melhorar as condições do solo”, explica Ceccon.

O milho desponta como a principal espécie para sustentar o sistema de plantio direto, pois possui um sistema radicular agressivo que auxilia na descompactação do solo. “O milho, apesar do foco na produtividade de grãos, tem um papel fundamental na melhoria estrutural do solo. Suas raízes crescem profundamente, aproveitando a umidade residual e criando poros para infiltração da água”, destaca o engenheiro.

Outro ponto essencial é a consorciação do milho com a braquiária, estratégia que a Embrapa vem pesquisando há 20 anos. As raízes de milho produzem poros maiores e as raízes de braquiária poros menores, ambos importantes para a infiltração e armazenamento de água no solo. Apesar de algumas dificuldades técnicas no manejo da população de plantas e no uso de herbicidas no consórcio, a técnica tem se mostrado eficaz. “A braquiária começa a se destacar quando o milho atinge a fase de maturidade, proporcionando uma cobertura uniforme e protegendo o solo contra a erosão e a perda de umidade”, pontua Ceccon.

A cobertura do solo com a braquiária também auxilia na fixação da palha, evitando que ventos fortes a desloquem, mantendo assim a proteção da superfície do solo. Após o período adequado para o plantio do milho, entra em cena a cobertura com plantas como a braquiária consorciada com leguminosas, sendo a mais indicada a crotalária ochroleuca. “A crotalária, diferente do milho e da braquiária, tem raiz pivotante que cresce profundamente, contribuindo para um perfil de solo mais estruturado”, explica Ceccon.

O manejo adequado também passa pelo momento correto de intervenção. Segundo Ceccon, um manejo na braquiária em junho é essencial para reiniciar a produção de massa e garantir qualidade na cobertura do solo. “Plantar braquiária solteira é coisa do passado. Sempre que possível, devemos associá-la a uma leguminosa para melhorar a qualidade da cobertura”, enfatiza. A adoção dessas estratégias permite que a soja seja semeada mais próxima da dessecação, garantindo melhor condição física do solo e maior eficiência produtiva da soja. “Cada detalhe faz diferença na produtividade e na sustentabilidade do sistema produtivo”, conclui Ceccon.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Embrapa Pesca e Aquicultura inicia pesquisa de seleção genética do tambaqui

 

19/02/25   Melhoramento genético

Embrapa Pesca e Aquicultura inicia pesquisa de seleção genética do tambaqui

Foto: Luciana Shiotzuki

Luciana Shiotzuki - Na reprodução induzida, os ovos são extraídos da fêmea do tambaqui para serem misturados ao esperma do macho

Na reprodução induzida, os ovos são extraídos da fêmea do tambaqui para serem misturados ao esperma do macho

Projeto visa identificar exemplares de maior crescimento, mais resistentes ao frio e a doenças 

Teve início, na Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), um projeto de pesquisa que visa fornecer subsídios para futuros programas de melhoramento genético no centro de pesquisas. O “Inovação genômica na aquicultura: estratégias de seleção para potencializar a produção sustentável do tambaqui (Colossoma macropomum)” pretende, no prazo de dois anos, avaliar o desempenho da espécie para selecionar os melhores exemplares nos aspectos de crescimento, resistência a frio e resistência à flavobactéria.

Os dados do projeto também irão municiar futuros estudos para melhor aproveitamento da carcaça do tambaqui; identificar quais as linhagens com melhor desempenho em viveiros escavados e tanques-rede, entre outras possibilidades de pesquisa. “Além disso, esses animais serão direcionados futuramente para outras estratégias de melhoramento genético de precisão que a Unidade vem desenvolvendo”, acrescenta Licia Lundstedt, chefe de P&D da Embrapa Pesca e Aquicultura. 

Segundo Luciana Shiotsuki, pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura e líder do projeto, o objetivo é gerar um avanço significativo para estudos de melhoramento em peixes nativos. “Pretendemos identificar os tambaquis de melhor desempenho produtivo e compreender as regiões genômicas associadas a tais características”, explica ela. “O potencial impacto deste estudo é viabilizar um pacote tecnológico para impulsionar a cadeia produtiva do tambaqui na indústria da aquicultura, com segurança alimentar, alta qualidade genética e valor agregado”, complementa. 

O projeto é um dos Eixos Temáticos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INCT-Peixes). O instituto congrega uma rede de universidades, empresas, institutos de pesquisa e outras entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais que unem esforços na ampliação do conhecimento da biodiversidade dos peixes Neotropicais e sua sustentabilidade. A rede é coordenada pela  Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a  Universidade Estadual Paulista (Unesp) é principal parceira desse Eixo Temático do projeto. 

 Milhares de peixes serão analisados 

A população-base que será estudada é composta por 35 famílias (formadas por um pai e uma mãe diferentes) , onde cada família vai gerar de três a quatro mil peixes. Parte da produção será enviada para a Unesp de Jabuticabal, onde serão selecionados os animais mais resistentes à flavobactéria, e outra parte será encaminhada para a Unesp, em Registro, onde os tambaquis serão testados para a resistência ao frio. 

Luciana Shiotsuki destaca a importância da análise à resistência à  flavobactéria. “As enfermidades bacterianas podem causar elevadas taxas de mortalidade de peixes e, quando não ocasionam mortalidade, provocam lesões que inviabilizam sua comercialização, causando grandes prejuízos econômicos à piscicultura”, explica. “Dentre as bactérias que podem causar impacto muito negativo à piscicultura mundial está a Flavobacterium columnare, responsável pela enfermidade conhecida como columnariose, que acomete todas as espécies de peixes de água doce, principalmente na fase de alevinos”.  

Por meio do projeto, o grupo de pesquisa da Unesp realizará a caracterização de genótipos resistentes a doenças de tambaqui utilizando as famílias formadas na Embrapa, contribuindo com a identificação de famílias mais resistentes a essa doença, possibilitando a formação de progênies (pais) com peixes mais sustentáveis e seguros, em função da redução da utilização de antibióticos. 

“Serão selecionados os melhores indivíduos da população para serem pais da próxima geração. Assim, separamos os peixes que tiveram melhor desempenho em crescimento, frio ou resistência à doença para serem os reprodutores da próxima geração e descarto os demais. Daí desse grupo dos melhores reprodutores é formada a próxima geração com seus descendentes, os quais são avaliados em um novo desafio. Tudo isso utilizando ferramentas de melhoramento clássico, com ganhos acumulativos a cada geração”, conclui Luciana Shiotsuki. 

Com estrutura especial, 25 cavalos embarcam em voo rumo à Alemanha

 Operação aconteceu no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e foi possível graças à atuação dos auditores fiscais federais agropecuários

 

O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, foi o cenário de uma operação nada convencional: o embarque de 25 cavalos em um voo com destino à Alemanha. A ação foi possível graças à atuação dos auditores fiscais federais agropecuários, responsáveis por autorizar a exportação dos animais, que seguiram para países como Holanda e Portugal.

 

A operação aconteceu em 16 de fevereiro, mas os trâmites foram iniciados muito antes, em outubro do ano passado. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), para garantir a segurança e o bem-estar dos animais, foi montada uma estrutura especial, onde os cavalos ficaram até a liberação aduaneira pelos servidores do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

 

Além das baias individuais, havia ventiladores com climatizadores e suporte de tratadores e médicos veterinários. Entre os embarcados, estão cavalos que continuarão competindo sob a bandeira brasileira e outros destinados a criação na Europa ou comercializados para compradores locais.

 

De acordo com os auditores fiscais federais agropecuários que atuam na Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Aeroporto do Galeão, os profissionais da carreira foram os responsáveis pela fiscalização dos passaportes dos equinos, além da emissão dos certificados veterinários internacionais, de acordo com as exigências sanitárias da Europa. Todos precisaram fazer uma quarentena no Brasil, antes do embarque.

 

Esta é a segunda operação de exportação de cavalos vivos para a União Europeia em cerca de três meses. De acordo com o Mapa, o mercado europeu para os equinos foi aberto em agosto do ano passado.

 

"A atuação dos auditores fiscais federais agropecuários é fundamental para garantir a segurança sanitária e o bem-estar animal nas exportações, fortalecendo a confiança internacional nos nossos produtos e contribuindo diretamente para a economia do país. Operações como essa demonstram o compromisso da carreira com a excelência e a responsabilidade no comércio global," destaca o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.


 

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Operação foi possível graças à atuação dos auditores fiscais federais agropecuários, no Rio de Janeiro

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Custos de Produção de frangos de corte e de suínos aumentam em janeiro

  

Os custos de produção de frangos de corte e de suínos registraram aumento no mês de janeiro nos principais estados produtores e exportadores, conforme estudos conduzidos pela Embrapa Suínos e Aves através de sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (embrapa.br/suínos-e-aves/cias).

 

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte atingiu R$ 4,81, representando uma elevação de +0,5% em relação ao mês de dezembro do ano anterior. O aumento acumulado nos últimos doze meses foi de +9,55%, com o ICPFrango alcançando 372,49 pontos. A ração destacou-se como o principal componente de custo, com um aumento de +1,4% no mês e +8,9% no acumulado dos últimos doze meses, atingindo uma participação de 67,8% no custo total de produção.

 

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 6,34, representando uma elevação de +2,2% em relação ao mês de dezembro do ano anterior. O aumento acumulado nos últimos doze meses foi de +7,39%, com o ICPSuíno alcançando 362,93 pontos. A ração destacou-se como o principal componente de custo, com um aumento de +1,3% no mês e +5,9% no acumulado dos últimos doze meses, atingindo uma participação de 72,8% no custo total de produção.

 

Os estados de Santa Catarina e Paraná são referências nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS devido à sua posição como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. No entanto, a CIAS também oferece estimativas para outros estados brasileiros. Essas informações são fundamentais para indicar a evolução dos custos nesses setores produtivos.

 

É importante que avicultores e suinocultores monitorem a evolução dos seus próprios custos de produção, utilizando esses índices como referência para a tomada de decisões estratégicas. Com essa análise, a Embrapa Suínos e Aves reafirma seu compromisso em fornecer dados relevantes para fortalecer a competitividade e a sustentabilidade dos setores avícola e suinícola brasileiros.

 

Revisão dos coeficientes técnicos para o cálculo dos custos de produção de suínos no Paraná e no Rio Grande do Sul – Em janeiro de 2025, na CIAS, foram incorporadas alterações nos coeficientes técnicos para o cálculo dos custos de produção de suínos no Paraná e no Rio Grande do Sul. De acordo com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Marcelo Miele, a atualização foi feita a partir de reuniões em painel realizadas, em 2024, com a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e a Associação Paranaense de Suinocultores (APS), no âmbito da parceria entre a Embrapa Suínos e Aves e a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). As principais mudanças decorreram da alteração na formulação das rações, da separação dos custos com transporte de ração dos custos com alimentação animal (ração) e dos custos com insumos veterinários.

 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Conab aponta novo aumento na produção de grãos alcançando 325,7 milhões de toneladas na safra 24/25

 

Os produtores e produtoras brasileiros devem colher 325,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, um crescimento de 9,4% em relação à temporada anterior. O resultado é reflexo tanto de um aumento de 2,1% na área cultivada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como na recuperação de 7,1% na produtividade média das lavouras, prevista para 3.990 quilos por hectare. Caso esse cenário se confirme no final do ciclo, este será o maior volume a ser colhido na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados estão no 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela estatal nesta quinta-feira (13).

Neste 5º Levantamento, a Conab aponta para um aumento na produção total de milho, com expectativa de produção chegando a 122 milhões de toneladas, alta de 5,5% sobre a colheita no ciclo anterior. Conforme indica o Progresso de Safra publicado nesta semana pela Companhia, a colheita da primeira safra do cereal já atinge 13,3% da área plantada. Nesta temporada houve uma redução de 6,6% na área semeada para o milho 1ª. Mas essa queda foi compensada pelo ganho da produtividade média, superior em 9,9% à 2023/24. Com isso a projeção é que sejam colhidas 23,6 milhões de toneladas apenas neste primeiro ciclo. Já a 2ª safra do grão a semeadura já foi realizada em 18,8% da área. As condições climáticas são favoráveis e projeta-se, no momento, crescimento de 2,4% para a área de plantio, refletindo em uma produção de 96 milhões de toneladas, crescimento de 6,4%.

O plantio do milho 2ª acompanha a velocidade de colheita da soja. Com 14,8% da área já colhida, a expectativa é que a produção da oleaginosa está estimada em 166 milhões de toneladas, 18,3 milhões de toneladas acima do total produzido na safra anterior. O resultado reflete o aumento na área destinada para a cultura combinada com a recuperação da produtividade média nas lavouras do país. As condições climáticas foram favoráveis, principalmente no Paraná, em Santa Catarina e na maioria dos estados do Centro-Oeste. As exceções ficam para Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, que registraram restrição hídrica a partir de meados de dezembro.

Com a semeadura praticamente concluída, a área destinada para o arroz deve atingir 1,7 milhão de hectares, 6,4% superior à área cultivada na safra anterior. No Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país, as altas temperaturas e a redução hídrica dos reservatórios, em algumas regiões do estado, embora não indiquem redução de produtividade média, causam preocupações aos produtores. A Conab estima que a produção chegue a 11,8 milhões de toneladas, alta de 11,4% quando comparada com a colheita da safra passada.

Para o feijão, a Companhia também espera um maior volume colhido em 2024/25, com as três safras da leguminosa chegando a 3,3 milhões de toneladas. A primeira safra do produto se encontra em diversos estágios fenológicos e 47% da área estava colhida em 10 de fevereiro. A Conab verifica aumento tanto de área como de produtividade, com a produção estimada em 1,1 milhão de toneladas. Para a segunda safra de feijão, o plantio está em fase inicial e a expectativa é que a colheita chegue a 1,46 milhão de toneladas; enquanto  que na terceira a projeção é que sejam colhidas 778,9 mil de toneladas.

No caso do algodão, a expectativa é que haja um crescimento de 4,8% na área de plantio, estimada em 2 milhões de hectares. A semeadura da fibra já passa de 87% da área prevista e a perspectiva aponta para uma produção de pluma em 3,8 milhões de toneladas, um novo recorde para a cultura caso o resultado se confirme. Para as culturas de inverno, as primeiras estimativas, resultantes de modelos estatísticos, análise de mercado, previsões climáticas e informações preliminares, indicam a produção de trigo, principal produto cultivado, em 9,1 milhões de toneladas. O início do plantio no Paraná tem início a partir de meados de abril e no Rio Grande do Sul em maio. Os estados representam 80% da produção tritícola do país.

Mercado – Com o ajuste na produção de milho, uma vez que o cenário de preços no período de plantio da 2ª safra desta temporada se apresenta mais atrativos em relação ao ciclo 2023/24, a demanda interna também passou por atualização e está estimada em 86,9 milhões de toneladas neste levantamento. Ainda assim, para as exportações do cereal a Conab prevê uma uma leve redução se comparado com o ciclo, dado os consistentes aumentos de demanda interna por milho nacional e a consequente menor sobra de produto para comercialização no mercado internacional. Diante deste panorama, devem ser embarcadas 34 milhões de toneladas na safra 2024/25.

Para o arroz, a Conab atualizou a área semeada para a cultura, resultando em uma produção de 11,8 milhões de toneladas. O aumento na colheita na atual safra garante o abastecimento interno e ainda possibilita um aumento das exportações de arroz brasileiro para 2 milhões de toneladas.

As informações completas sobre o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, com as condições de mercados dos produtos, podem ser conferidas no boletim publicado no Portal da Conab.

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