segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Com estrutura especial, 25 cavalos embarcam em voo rumo à Alemanha

 Operação aconteceu no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e foi possível graças à atuação dos auditores fiscais federais agropecuários

 

O Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, foi o cenário de uma operação nada convencional: o embarque de 25 cavalos em um voo com destino à Alemanha. A ação foi possível graças à atuação dos auditores fiscais federais agropecuários, responsáveis por autorizar a exportação dos animais, que seguiram para países como Holanda e Portugal.

 

A operação aconteceu em 16 de fevereiro, mas os trâmites foram iniciados muito antes, em outubro do ano passado. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), para garantir a segurança e o bem-estar dos animais, foi montada uma estrutura especial, onde os cavalos ficaram até a liberação aduaneira pelos servidores do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

 

Além das baias individuais, havia ventiladores com climatizadores e suporte de tratadores e médicos veterinários. Entre os embarcados, estão cavalos que continuarão competindo sob a bandeira brasileira e outros destinados a criação na Europa ou comercializados para compradores locais.

 

De acordo com os auditores fiscais federais agropecuários que atuam na Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Aeroporto do Galeão, os profissionais da carreira foram os responsáveis pela fiscalização dos passaportes dos equinos, além da emissão dos certificados veterinários internacionais, de acordo com as exigências sanitárias da Europa. Todos precisaram fazer uma quarentena no Brasil, antes do embarque.

 

Esta é a segunda operação de exportação de cavalos vivos para a União Europeia em cerca de três meses. De acordo com o Mapa, o mercado europeu para os equinos foi aberto em agosto do ano passado.

 

"A atuação dos auditores fiscais federais agropecuários é fundamental para garantir a segurança sanitária e o bem-estar animal nas exportações, fortalecendo a confiança internacional nos nossos produtos e contribuindo diretamente para a economia do país. Operações como essa demonstram o compromisso da carreira com a excelência e a responsabilidade no comércio global," destaca o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo.


 

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Operação foi possível graças à atuação dos auditores fiscais federais agropecuários, no Rio de Janeiro

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Custos de Produção de frangos de corte e de suínos aumentam em janeiro

  

Os custos de produção de frangos de corte e de suínos registraram aumento no mês de janeiro nos principais estados produtores e exportadores, conforme estudos conduzidos pela Embrapa Suínos e Aves através de sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (embrapa.br/suínos-e-aves/cias).

 

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte atingiu R$ 4,81, representando uma elevação de +0,5% em relação ao mês de dezembro do ano anterior. O aumento acumulado nos últimos doze meses foi de +9,55%, com o ICPFrango alcançando 372,49 pontos. A ração destacou-se como o principal componente de custo, com um aumento de +1,4% no mês e +8,9% no acumulado dos últimos doze meses, atingindo uma participação de 67,8% no custo total de produção.

 

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo de suíno vivo alcançou R$ 6,34, representando uma elevação de +2,2% em relação ao mês de dezembro do ano anterior. O aumento acumulado nos últimos doze meses foi de +7,39%, com o ICPSuíno alcançando 362,93 pontos. A ração destacou-se como o principal componente de custo, com um aumento de +1,3% no mês e +5,9% no acumulado dos últimos doze meses, atingindo uma participação de 72,8% no custo total de produção.

 

Os estados de Santa Catarina e Paraná são referências nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS devido à sua posição como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. No entanto, a CIAS também oferece estimativas para outros estados brasileiros. Essas informações são fundamentais para indicar a evolução dos custos nesses setores produtivos.

 

É importante que avicultores e suinocultores monitorem a evolução dos seus próprios custos de produção, utilizando esses índices como referência para a tomada de decisões estratégicas. Com essa análise, a Embrapa Suínos e Aves reafirma seu compromisso em fornecer dados relevantes para fortalecer a competitividade e a sustentabilidade dos setores avícola e suinícola brasileiros.

 

Revisão dos coeficientes técnicos para o cálculo dos custos de produção de suínos no Paraná e no Rio Grande do Sul – Em janeiro de 2025, na CIAS, foram incorporadas alterações nos coeficientes técnicos para o cálculo dos custos de produção de suínos no Paraná e no Rio Grande do Sul. De acordo com o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Marcelo Miele, a atualização foi feita a partir de reuniões em painel realizadas, em 2024, com a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e a Associação Paranaense de Suinocultores (APS), no âmbito da parceria entre a Embrapa Suínos e Aves e a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). As principais mudanças decorreram da alteração na formulação das rações, da separação dos custos com transporte de ração dos custos com alimentação animal (ração) e dos custos com insumos veterinários.

 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Conab aponta novo aumento na produção de grãos alcançando 325,7 milhões de toneladas na safra 24/25

 

Os produtores e produtoras brasileiros devem colher 325,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, um crescimento de 9,4% em relação à temporada anterior. O resultado é reflexo tanto de um aumento de 2,1% na área cultivada, estimada em 81,6 milhões de hectares, como na recuperação de 7,1% na produtividade média das lavouras, prevista para 3.990 quilos por hectare. Caso esse cenário se confirme no final do ciclo, este será o maior volume a ser colhido na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados estão no 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela estatal nesta quinta-feira (13).

Neste 5º Levantamento, a Conab aponta para um aumento na produção total de milho, com expectativa de produção chegando a 122 milhões de toneladas, alta de 5,5% sobre a colheita no ciclo anterior. Conforme indica o Progresso de Safra publicado nesta semana pela Companhia, a colheita da primeira safra do cereal já atinge 13,3% da área plantada. Nesta temporada houve uma redução de 6,6% na área semeada para o milho 1ª. Mas essa queda foi compensada pelo ganho da produtividade média, superior em 9,9% à 2023/24. Com isso a projeção é que sejam colhidas 23,6 milhões de toneladas apenas neste primeiro ciclo. Já a 2ª safra do grão a semeadura já foi realizada em 18,8% da área. As condições climáticas são favoráveis e projeta-se, no momento, crescimento de 2,4% para a área de plantio, refletindo em uma produção de 96 milhões de toneladas, crescimento de 6,4%.

O plantio do milho 2ª acompanha a velocidade de colheita da soja. Com 14,8% da área já colhida, a expectativa é que a produção da oleaginosa está estimada em 166 milhões de toneladas, 18,3 milhões de toneladas acima do total produzido na safra anterior. O resultado reflete o aumento na área destinada para a cultura combinada com a recuperação da produtividade média nas lavouras do país. As condições climáticas foram favoráveis, principalmente no Paraná, em Santa Catarina e na maioria dos estados do Centro-Oeste. As exceções ficam para Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, que registraram restrição hídrica a partir de meados de dezembro.

Com a semeadura praticamente concluída, a área destinada para o arroz deve atingir 1,7 milhão de hectares, 6,4% superior à área cultivada na safra anterior. No Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país, as altas temperaturas e a redução hídrica dos reservatórios, em algumas regiões do estado, embora não indiquem redução de produtividade média, causam preocupações aos produtores. A Conab estima que a produção chegue a 11,8 milhões de toneladas, alta de 11,4% quando comparada com a colheita da safra passada.

Para o feijão, a Companhia também espera um maior volume colhido em 2024/25, com as três safras da leguminosa chegando a 3,3 milhões de toneladas. A primeira safra do produto se encontra em diversos estágios fenológicos e 47% da área estava colhida em 10 de fevereiro. A Conab verifica aumento tanto de área como de produtividade, com a produção estimada em 1,1 milhão de toneladas. Para a segunda safra de feijão, o plantio está em fase inicial e a expectativa é que a colheita chegue a 1,46 milhão de toneladas; enquanto  que na terceira a projeção é que sejam colhidas 778,9 mil de toneladas.

No caso do algodão, a expectativa é que haja um crescimento de 4,8% na área de plantio, estimada em 2 milhões de hectares. A semeadura da fibra já passa de 87% da área prevista e a perspectiva aponta para uma produção de pluma em 3,8 milhões de toneladas, um novo recorde para a cultura caso o resultado se confirme. Para as culturas de inverno, as primeiras estimativas, resultantes de modelos estatísticos, análise de mercado, previsões climáticas e informações preliminares, indicam a produção de trigo, principal produto cultivado, em 9,1 milhões de toneladas. O início do plantio no Paraná tem início a partir de meados de abril e no Rio Grande do Sul em maio. Os estados representam 80% da produção tritícola do país.

Mercado – Com o ajuste na produção de milho, uma vez que o cenário de preços no período de plantio da 2ª safra desta temporada se apresenta mais atrativos em relação ao ciclo 2023/24, a demanda interna também passou por atualização e está estimada em 86,9 milhões de toneladas neste levantamento. Ainda assim, para as exportações do cereal a Conab prevê uma uma leve redução se comparado com o ciclo, dado os consistentes aumentos de demanda interna por milho nacional e a consequente menor sobra de produto para comercialização no mercado internacional. Diante deste panorama, devem ser embarcadas 34 milhões de toneladas na safra 2024/25.

Para o arroz, a Conab atualizou a área semeada para a cultura, resultando em uma produção de 11,8 milhões de toneladas. O aumento na colheita na atual safra garante o abastecimento interno e ainda possibilita um aumento das exportações de arroz brasileiro para 2 milhões de toneladas.

As informações completas sobre o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, com as condições de mercados dos produtos, podem ser conferidas no boletim publicado no Portal da Conab.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Livro sobre transição agroecológica mostra a relevância das redes sociotécnicas e da governança participativa para o desenvolvimento territorial sustentável

 




A Embrapa Meio Ambiente acaba de lançar a obra "Caminhos da Transição Agroecológica no Leste Paulista", um livro que busca subsidiar a identificação de demandas prioritárias e a definição de estratégias coletivas para impulsionar a transição agroecológica na região. A publicação também visa fortalecer a integração entre comunidades rurais e seus parceiros nas áreas de extensão rural, ensino e pesquisa agropecuária, promovendo iniciativas que estimulem o desenvolvimento territorial com enfoque agroecológico.

Francisco Corrales, analista da Embrapa Meio Ambiente e um dos editores do livro, destaca que a publicação foi elaborada com o propósito de orientar o planejamento de ações em ciência e tecnologia, com uma visão estratégica para a agricultura brasileira. “Nosso foco inclui processos de gestão territorial, que contemplem a sustentabilidade dos sistemas de produção, considerando a conservação da água, do solo e da biodiversidade, além da mitigação dos impactos das mudanças climáticas”, explica Corrales. Ressalta ainda as contribuições em referenciais para iniciativas promotoras do desenvolvimento territorial rural em suas múltiplas dimensões: social, econômica, ambiental, política e ética.

A obra enfatiza a relevância das redes sociotécnicas e da governança participativa na transição para modelos sustentáveis de produção agropecuária. Para isso, propõe abordagens que favorecem a geração e o intercâmbio de conhecimentos, especialmente para a agricultura familiar, segmento que mais necessita de suporte público em ciência e tecnologia. A identificação de demandas locais, por meio de métodos participativos, é essencial para garantir tomadas de decisão coerentes com o contexto territorial.

Para Joel Queiroga, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e editor do livro, a publicação não apenas apresenta estratégias para a produção sustentável de alimentos, mas também oferece diretrizes metodológicas na realização de diagnósticos socioambientais voltados ao conhecimento da realidade do território e processos participativos em prospecção de demandas. “Nosso objetivo é fortalecer a agroecologia e apoiar as iniciativas das populações mais vulneráveis, tanto no campo quanto nas cidades”, afirma Queiroga.

Pretende-se que a iniciativa contribua para o fortalecimento de práticas agroecológicas no Leste Paulista e em outras regiões do país. De acordo com a pesquisadora Cristina Criscuolo, da Embrapa Territorial e também editora do livro “Gostaríamos de inspirar pessoas e coletivos envolvidos em processos que contribuam para animação de processos e tomadas de decisão promotoras do desenvolvimento territorial sustentável, a partir dos princípios da agroecologia”. 

O livro parte do resgate histórico da Rede de Agroecologia do Leste Paulista e do aprendizado adquirido com o projeto “Prospecção de demandas e intercâmbio de conhecimentos para a transição agroecológica da agricultura familiar no território Leste Paulista”, realizado entre 2018 e 2022. A publicação tem 159 páginas e está estruturada em cinco capítulos. O primeiro apresenta o contexto histórico e as políticas públicas ligadas à agricultura familiar agroecológica, detalhando a evolução da Rede de Agroecologia do Leste Paulista e seu modelo de gestão.

O segundo aborda os referenciais teórico-metodológicos, destacando a prospecção de demandas, o intercâmbio de conhecimentos e as metodologias participativas. O terceiro trata da aplicação dessas metodologias na região, fornecendo um diagnóstico socioeconômico e ambiental do Leste Paulista. No quarto capítulo, os resultados obtidos são analisados e organizados em sete eixos programáticos que orientam os grupos de trabalho da rede. Por fim, o quinto capítulo aponta perspectivas para o futuro da Rede de Agroecologia do Leste Paulista e apresenta diretrizes para fortalecer a transição agroecológica e o desenvolvimento rural sustentável nesse território.

A publicação está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em especial ao ODS 2 - Fome Zero e Agricultura Sustentável e ao ODS 17 - Parcerias e Meios de Implementação. Contou com a participação de doze autores, vinculados a Unidades Descentralizadas da Embrapa (Meio Ambiente, Territorial, Agrobiologia e Meio-Norte), além de instituições de extensão rural e ensino superior, como a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral - Cati, a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo - Itesp e a Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. 

Conab promove palestra sobre acesso de comunidades tradicionais a políticas públicas de incentivo à agricultura familiar

 A qualificação de comunidades tradicionais para o acesso a políticas públicas de incentivo à agricultura familiar será o foco da palestra que acontece nesta quinta-feira (13), das 14h às 18h, no auditório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Brasília. O evento, de caráter formativo, é direcionado aos cursistas do Programa de Formação em Cadeias de Valor Sustentáveis e Inclusivas do Cerrado: Formar Baru, uma iniciativa do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), em parceria com a Associação Quilombo Kalunga (AQK) e a CooperFrutos do Paraíso, ambas situadas na região da Chapada dos Veadeiros.

A abertura contará com a participação do presidente da Conab, Edegar Pretto, que reforçará a importância das políticas públicas voltadas à segurança alimentar e ao desenvolvimento sustentável. A cerimônia terá ainda a presença do coordenador de Apoio a Parcerias na Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB/MDA), João da Mata Nunes Rocha, da superintendente de Gestão da Oferta da Companhia, Candice Mello Romero Santos, da assessora da Diretoria de Política Agrícola e Informações da estatal, Naiara Bittencourt, e de um representante do IEB.

Após a abertura, será feita uma explanação sobre o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com destaque para suas modalidades de participação, incluindo a Compra com Doação Simultânea (CDS), amplamente utilizada por organizações como a CooperFrutos do Paraíso. Na sequência, será apresentada a Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio), detalhando como o cálculo dos custos de produção impacta a valorização dos produtos agroextrativistas. O evento será finalizado com a exposição do Programa Arroz da Gente, uma iniciativa do Governo Federal para incentivar a produção do grão em áreas que historicamente já o cultivaram.

O encontro tem como objetivo não apenas apresentar as políticas públicas disponíveis, mas também orientar os participantes sobre como acessá-las, com o intuito de fortalecer suas atividades produtivas e ampliar a comercialização de produtos agroextrativistas. Com um público formado por quilombolas, agricultores familiares e representantes de comunidades tradicionais do Cerrado Brasileiro, o Formar Baru busca qualificar essas populações para aprimorar suas cadeias produtivas, promovendo autonomia e protagonismo local. A iniciativa faz parte do projeto “Cerrado em pé com geração de renda: a cadeia produtiva do baru como aliada da biodiversidade e dos povos tra

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Brasil tem grande potencial para produção de peixes nativos

 



O tambaqui é o peixe nativo mais produzido no Brasil. De acordo com a última Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023 o País produziu 113,6 mil toneladas da espécie, movimentando mais de 1,2 bilhão de reais no período.

Em termos de estados, Rondônia liderou a produção naquele ano, com quase 47,2 mil toneladas. Na sequência, vieram Roraima (com mais de 16,3 mil toneladas) e Maranhão (que produziu mais de 10,6 mil toneladas de tambaqui em 2023). Os três principais estados, portanto, responderam por cerca de 65% da produção nacional da espécie em 2023.

Considerando o potencial do Brasil, que possui regiões muito propícias à produção de peixes nativos, os números ainda são modestos. A Embrapa e outras instituições conjugam esforços para mudar esse cenário.

Ciência e setor produtivo se unem para construir pacotes tecnológicos em prol do tambaqui

 



Essa evolução no ganho de peso é mais um avanço que faz parte de um processo maior, construído em parceria entre a pesquisa e o setor produtivo, para melhorar a produtividade do tambaqui em tanque-rede, conforme a pesquisadora. Ainda não existe um protocolo completo de produção ou um pacote tecnológico para a espécie, diferentemente da tilápia, que já possui essas orientações e, muito em função disso, é o peixe mais produzido e exportado pelo Brasil.

Os resultados do Monotamba são zootécnicos, ou seja, referem-se à criação e à produção, mas ainda faltam resultados econômicos, tão importantes quanto os já obtidos. Segundo a pesquisadora, “é preciso calcular os indicadores econômicos para ver se esse tempo que o peixe tem que permanecer indoor vai representar um alto custo para o produtor”.

Um ponto fundamental é que, como os animais já são condicionados desde o início a se alimentarem apenas de ração e esse insumo pode representar até 80% dos custos de produção, saber a quantidade e o momento da alimentação passam a ser pontos de atenção ainda mais necessários para o produtor.

Além do ganho de peso já possível, o aumento da densidade de população nos tanques-rede é outra evolução próxima. Tavares acredita que uma densidade de 50 kg/m³ é viável. Dessa maneira, ocorreria outra diminuição de diferença entre a produção de tambaqui e a de tilápia, que é feita em densidades normalmente maiores.

A pesquisadora contextualiza o atual estágio dos trabalhos: “Estamos avançando, faz parte de um processo. Teremos espécies melhoradas para tanque-rede, teremos edição genômica que vai auxiliar também no ganho de peso nesse sistema de produção. Tem tudo para dar certo, é um baita potencial que o tambaqui tem, principalmente, para a Região Norte do Brasil”.

 

Foto: Aliny Melo

Congresso Brasileiro de Soja debaterá 100 anos de soja no Brasil vislumbrando o amanhã

  CBSoja debate 100 anos de soja no Brasil: pilares para o amanhã A 10ª edição do Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja 2025 ...